Ricardo Jardim, um publicitário de 65 anos, foi preso pela Polícia Civil do PCRS (Rio Grande do Sul) sob a grave suspeita de ter matado e esquartejado sua companheira, abandonando partes do corpo em uma mala na rodoviária de Porto Alegre. A revelação foi feita em entrevista coletiva nesta sexta-feira (5), onde a PCRS detalhou o perfil do suspeito e as primeiras linhas de investigação sobre o caso.
Durante a coletiva, a Polícia Civil do RS descreveu Ricardo Jardim como um indivíduo com “perfil psicopata”. Os investigadores também destacaram sua “notável habilidade nos computadores”, um aspecto crucial que se conecta diretamente com o modus operandi dele, possivelmente empregado no crime em Porto Alegre.
De acordo com as autoridades, o suspeito utilizava uma tática sofisticada para atrair suas vítimas, como a criação de perfis falsos em plataformas online.
Esses perfis eram elaborados com o auxílio de IA (Inteligência Artificial), apresentando fotos de jovens na faixa dos 20 e poucos anos que praticavam esportes radicais.
A polícia ainda investigará se a vítima foi conhecida por meio desses perfis meticulosamente criados ou por outro meio, buscando entender a extensão da atuação de Jardim neste caso de esquartejamento.
Inspiração, motivação e histórico
A Polícia Civil do RS destaca que o modus operandi do crime gaúcho guarda semelhanças notáveis com o caso de 1928. No “Crime da Mala”, o imigrante italiano Giuseppe Pistone assassinou e esquartejou sua esposa, ocultando o corpo em uma mala abandonada na Estação da Luz.
Analogamente, Ricardo Jardim também esquartejou a vítima e descartou o tronco em uma mala no guarda-volumes da rodoviária, após braços e pernas serem encontrados em sacos de lixo na Zona Leste. O planejamento meticuloso, o descarte em mala e a exposição intencional na rodoviária ecoam o crime histórico.
A motivação principal do crime em Porto Alegre foi econômica, com tentativas de saques na conta da vítima e uso do celular dela para enganar familiares.
Jardim já havia sido condenado em 2018 por matar e concretar a própria mãe em 2015, também por dinheiro. Ele estava foragido desde abril de 2024, após progressão para o regime semiaberto.