Bruno Henrique passará pelo primeiro de dois julgamentos nesta semana. Nesta terça-feira (2), o atacante será julgado na esfera judicial por ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em caso de suposta manipulação de resultados.
O episódio em questão se deu em novembro de 2023, durante uma partida entre Flamengo e Santos, em Brasília, pelo Brasileirão. Na ocasião, o atacante recebeu um cartão amarelo que levou suspeitas das casas de apostas.
Como se trata de um caso complicado, a CNN preparou um apanhadão de tudo que você, leitor, precisa saber sobre o processo que tramita no STJ. O julgamento deve acontecer por volta das 14h (de Brasília).
Além deste, Bruno Henrique também será julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), ou seja, na esfera esportiva, na quinta-feira (4).
As acusações
O jogador é acusado de fraude esportiva. Inicialmente, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também havia pedido que ele fosse denunciado pelo crime de estelionato, mas o juiz Fernando Brandini Barbagalo, do TJDFT, responsável pela denúncia, não acatou.
O MPDFT até tentou entrar com um recurso para que o crime de estelionato fizesse parte do processo, mas, novamente, o pedido acabou sendo negado.
É importante destacar que, além de Bruno Henrique, o irmão Wander Nunes Júnior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso também fazem parte da denúncia.
Desde o início do processo, Bruno Henrique nega as acusações e se declara inocente no caso. O MPDFT, por sua vez, descartou qualquer tipo de acordo com a defesa do jogador, para que a possível manipulação de resultados não fosse “normalizada”.
“O atleta Bruno Henrique é conhecido e respeitado por sua simplicidade e comprometimento com o esporte. Nunca esteve envolvido em esquemas de apostas. Pelo contrário, acredita que o negócio de apostas deveria sofrer cada vez mais restrições pelas autoridades. As distorções que estão sendo causadas pela interpretação e divulgação indevida de mensagens privadas, fora de contexto, serão esclarecidas no curso do processo. O atleta confia que o Poder Judiciário oportunamente corrigirá a injustiça que está sendo cometida”, escreveu a defesa do jogador, em nota.
O MPDFT ainda conseguiu uma confissão extrajudicial, mediante acordo. Douglas Ribeiro Pina Barcelos, envolvido no esquema com o irmão de Bruno Henrique, confessou que sabia da grande possibilidade do cartão antes da bola rolar para Flamengo e Santos, em Brasília.
Relembre as mensagens de Bruno Henrique com o irmão
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Possíveis penas
Se for condenado, Bruno Henrique pode ficar de um a seis anos preso, além de pagar multa de até seis mil reais. A defesa do atleta tentou, em duas oportunidades, anular o processo por meio de recursos.
A linha do tempo do processo
- 1 de novembro de 2023 – Partida contra o Santos, cartão amarelo e início da suspeita
- 5 de novembro de 2024 – Operação “Spot-fixing”, buscas e apreensões a Bruno Henrique
- 22 de março de 2025 – MP busca depoimento de Bruno Henrique
- 14 de abril de 2025 – Jogador é indiciado pela Polícia Federal
- 11 de junho – MP denuncia Bruno Henrique por fraude esportiva e estelionato
- 22 de julho – STJ nega recurso de defesa de Bruno Henrique para anular investigações
- 25 de julho – Bruno Henrique vira réu por fraude esportiva; crime de estelionato é descartado por “falta de elementos contundentes”
- 12 de agosto – MP recorre para tentar manter estelionato em pauta, mas leva “não”
- 27 de agosto – Defesa de Bruno Henrique desiste de novo recurso para anular investigações
- 2 de setembro – O julgamento
Por que Bruno Henrique foi denunciado?
O atacante do Flamengo é suspeito da manipulação de resultados para beneficiar apostadores. Em jogo contra o Santos, válido pelo Brasileirão de 2023, Bruno Henrique recebeu cartão amarelo que levantou as suspeitas das casas de apostas.
Após as bets avisarem a Justiça Brasileira, conforme o protocolo, as investigações começaram. Mais tarde, em mensagens obtidas no celular do irmão do jogador, Wander Nunes Júnior, os envolvidos concluíram que Bruno Henrique poderia ter forçado, de fato, o cartão amarelo.