As exportações de carne bovina caminham para alcançar um novo recorde em agosto, mesmo sem o fechamento de novos negócios com os Estados Unidos, que eram o segundo maior comprador do produto até o mês passado.
“Até agora tivemos um acumulado de 212,93 mil toneladas, tudo indica para um novo recorde para um mês de agosto. Nossa projeção está em 265 mil toneladas de carne bovina in natura”, estimou a diretora da consultoria Agrifatto, Lygia Pimentel.
O movimento ocorre após o anúncio de tarifas adicionais de 50% dos americanos contra produtos do Brasil, que passaram a valer neste mês e levaram as taxas da carne brasileira a 76,4%, inviabilizando novos negócios entre os dois países.
Exportação de Carne Bovina in natura – Agosto
Ano | Valor (em US$ milhão) | Valor Média Diária (em US$ Mil) | Volume (em toneladas) | Volume Média Diária (em toneladas) | Preço (US$/Tonelada) |
2025 | 1192,80 | 74.550,6 | 212.925,4 | 13.307,8 | 5.602,0 |
2024 | 964,29 | 43.831,4 | 217.409,1 | 9.882,2 | 4.435,4 |
Fonte: MDIC
O tarifaço só não se aplica às mercadorias que saíram dos portos brasileiros antes da meia-noite de 6 de agosto em direção ao mercado americano. No entanto, estas cargas ainda podem ser alvo da nova taxa caso não sejam disponibilizadas para consumo até 5 de outubro.
O governo do presidente Donald Trump fez uma lista com mais de 600 produtos que foram isentos do tarifaço, mas a carne bovina ficou de fora. Apesar do cenário, o ritmo de vendas brasileiras se manteve aquecido.
A média diária de embarques atingiu 13,3 mil toneladas de carne bovina in natura até a quarta semana de agosto, conforme dados preliminares do mês divulgados pelo governo federal. O desempenho representa alta de 34,6% em relação à média diária registrada em agosto do ano passado, quando 9,88 mil toneladas eram exportadas ao dia.
Os preços também se mantêm elevados. De acordo com o levantamento, o preço médio está em US$ 5,6 mil por tonelada de carne, aumento de 26,3% no comparativo anual.
“O dólar se desvalorizou de julho para cá, mas o preço médio em dólar avançou o suficiente para manter estável o valor em real”, ressaltou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em nota.
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