A árbitra Edina Alves foi alvo de falas machistas por parte de membros da comissão técnica e da diretoria do Mushuc Runa após a eliminação do clube para o Independiente del Valle, nesta terça-feira (19), pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.
Os equatorianos criticaram a juíza principalmente pelos acréscimos dados no segundo tempo. O gol do Del Valle, que levou a decisão para os pênaltis, foi marcado aos 55 da etapa final.
“Colocaram para apitar, e digo com respeito, o sexo oposto. Não é que eu esteja contra as mulheres, mas para os torneios internacionais não estou de acordo. Para isso há o futebol de mulheres”, afirmou o técnico do Mushuc Runa, Paúl Vélez, após o duelo.
Quem também usou falas machistas para criticar a arbitragem de Edina Alves foi Renato Salas, dirigente do clube.
“Uma árbitra, por melhor que seja, não vê o mesmo que um árbitro homem. Por isso existe o futebol feminino, porque as árbitras vão sentir o que elas sentem em um campo de jogo. Não é discriminação, mas uma mulher não sente o mesmo que um homem. Como vão dar a uma mulher uma partida masculina [para apitar]?”, disse Salas.
Dirigente do Mushuc Runa se desculpa após falas machistas
Nesta quarta-feira (20), Renato Salas concedeu entrevista à Rádio La Red e fez um pedido público de desculpas para Edina Alves.
“Ontem dei uma entrevista, e vi que foram difundidos alguns fragmentos curtos da conversa. Quero aproveitar para estender um pedido público de desculpas se, em algum momento, meus comentários sobre a arbitragem foram mal interpretados. Esclareço que qualquer erro mencionado na entrevista de ontem poderia ter sido cometido tanto por homens quanto por mulheres”, declarou Salas.
O dirigente também afirmou que conversará com o técnico Paúl Vélez sobre as palavras do treinador a respeito da árbitra brasileira.
“Teremos uma conversa com Paúl. Espero que não surjam maiores inconvenientes e que não haja complicações com Paúl Vélez sobre o que ele disse na entrevista coletiva”, completou Renato Salas.