A canela, especiaria obtida da casca interna de árvores do gênero Cinnamomum, é utilizada há séculos tanto na culinária quanto na medicina tradicional. Seu aroma característico e sabor marcante tornaram-se populares em receitas doces e salgadas, além de chás.
Nos últimos anos, os benefícios da canela para a saúde passaram a ganhar destaque, o que impulsionou seu uso como aliada na prevenção de doenças metabólicas.
Benefícios da canela à saúde
Entre os principais ganhos à saúde associados ao uso da canela está a melhora no controle da glicemia. Isso porque a especiaria pode ajudar a reduzir os níveis de açúcar no sangue após as refeições, sendo uma opção complementar ao tratamento de pessoas com diabetes tipo 2.
Além disso, ela apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que favorecem a saúde cardiovascular, podendo auxiliar na redução do colesterol ruim (LDL) e na melhora da circulação sanguínea. A canela também tem sido estudada por sua ação antimicrobiana e por seu papel na digestão.
“O consumo diário de canela pode auxiliar na redução significativa da glicemia em jejum. Essa diminuição impacta diretamente a hemoglobina glicada, marcador que indica os níveis médios de açúcar no sangue e a frequência de picos glicêmicos. Dessa forma, a canela também pode colaborar para o tratamento do diabetes. Além disso, o consumo da canela pode ajudar na diminuição da gordura corporal, graças ao seu efeito sobre o metabolismo”, explica Daniel Tenório, nutricionista do Hospital Nove de Julho.
Existem riscos no consumo da canela?
Existem dois tipos principais de canela: a Cinnamomum verum (canela-do-ceilão) e a Cinnamomum cassia (canela-cássia). Esta última é a mais comum no mercado brasileiro, mas possui níveis mais altos de cumarina, uma substância que, em grandes quantidades, pode causar danos ao fígado e interferir na coagulação sanguínea.
“A canela-cássia tem níveis altíssimos de cumarina (até 1% ou mais), enquanto a canela-do‑ceilão tem traços, até 250 vezes menos. Essa cumarina em excesso pode causar dano hepático. Portanto, para consumo frequente, vá de canela-do-ceilão, que é a escolha mais segura”, explica Aline Bittencourt, nutricionista.
Por isso, nutricionistas recomendam que o uso da canela seja moderado, principalmente por pessoas com problemas hepáticos, gestantes e aquelas que fazem uso de medicamentos anticoagulantes.
Quanto consumir?
Para aproveitar os efeitos positivos, o ideal é consumir a canela como parte de uma alimentação equilibrada. Polvilhar a especiaria sobre frutas, mingaus, cafés e vitaminas pode ser uma forma simples e segura de incluí-la no dia a dia.
Também é possível preparar chá com a canela em pau, respeitando a orientação de consumo de até duas xícaras ao dia. O uso em cápsulas ou extratos deve ser orientado por profissionais de saúde.
“Não existe uma forma mais eficaz para o consumo da canela, mas de fato a forma mais perigosa será em cápsulas visto que precisa ser prescrito adequadamente. Essa forma possui melhor absorção devido a tecnologia empregada na cápsula. Embora natural, a canela não é isenta de riscos quando utilizada em excesso ou como substituto de tratamentos médicos”, acrescenta Tenório.