Após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin marcar para 2 de setembro o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por envolvimento na trama golpista, petistas começaram a fazer cálculos políticos.
A leitura entre aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ouvidos pela CNN, é que um eventual pedido de vista pode empurrar o julgamento para março de 2026 — o que seria estrategicamente vantajoso.
Nesse cenário, avaliam, a direita permaneceria vinculada ao projeto presidencial de Bolsonaro, que está inelegível, dificultando a construção de um palanque unificado da oposição.
Petistas admitem que, em 2018, o PT cometeu erro semelhante ao manter Lula como centro da estratégia eleitoral enquanto ele estava preso, o que paralisou a esquerda.
Ministros como Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luiz Fux têm divergido sobre as penalidades aplicáveis aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Segundo a analista da CNN, Luiza Martins, essas discordâncias podem influenciar o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe.