Guilherme Lima e Camila Mitye/Governo do Tocantins
Com o auditório do Palácio Araguaia Governador José Wilson Siqueira Campos lotado, foi realizada, nesta terça-feira, 12, a abertura oficial da edição 2025 do projeto Por Todas as Marias, iniciativa idealizada e desenvolvida pela primeira-dama e secretária extraordinária de Participações Sociais, Karynne Sotero. O evento contou com a presença da atriz e ativista Luiza Brunet, que ministrou uma palestra sobre a importância de combater todas as formas de violência contra a mulher.
Realizado em parceria com diversos órgãos e instituições, o projeto tem como foco a educação e a conscientização, atuando na prevenção e no alerta para que as mulheres identifiquem os primeiros sinais de violência, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. A ação também reforça a divulgação dos canais de denúncia, como o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) e o 190 (Polícia Militar), com ampla atuação em ambientes educacionais. Para o ano de 2025, as ações entram na grade curricular da rede estadual de ensino, por meio da parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Durante a solenidade, a primeira-dama Karynne Sotero destacou o caráter educativo e contínuo do projeto. “O Por Todas as Marias é muito importante para o Tocantins, pois trata de uma causa urgente: o combate à violência contra a mulher. Este ano, vamos seguir com os trabalhos, trazendo essa temática para o calendário escolar do Tocantins. E para marcar a abertura do projeto, contamos com a presença de Luiza Brunet, que também luta por essa causa”, destacou.
Palestra e roda de conversa
Como parte da programação de abertura, a modelo, atriz e ativista social, Luiza Brunet, realizou uma palestra, na qual pôde compartilhar suas experiências, tal como as formas de superação da violência sofrida, além de enfatizar o papel da luta feminina na sociedade, principalmente sobre as formas de denunciar toda e qualquer tipo de violência. “Mesmo com tanta divulgação sobre a pauta feminina, os números de feminicídio e violência contra mulheres e crianças continuam alarmantes. Como ativista, já percorri os 27 estados brasileiros e também outros países, onde vejo que mulheres brasileiras imigrantes sofrem ainda mais. É fundamental levar informação, elevar a autoestima das mulheres e mostrar que elas têm direitos, lembrando sempre que violência é crime e precisa ser tratada como tal”, pontuou.
Ciente da importância da pauta, a contadora Karolina Brandão fez questão de participar do evento, elogiou a iniciativa e destacou o empenho do Estado na prevenção da violência contra a mulher, além do trabalho de conscientização da sociedade sobre a temática. “Considero fundamental termos alguém de renome nacional que viveu a violência, teve coragem de denunciar e, hoje em dia, inspira outras mulheres a se libertarem. Nós, mulheres, não precisamos ser vítimas para defender umas às outras e analiso este momento como um trabalho preventivo, o Governo do Tocantins não espera o problema acontecer para agir; está investindo na prevenção, na conscientização e no encorajamento para que as mulheres se levantem e se defendam”, salientou.
Por Todas as Marias
Criado em 2024, o projeto nasceu da urgente necessidade de promover ações integradas que estimulem a mudança de comportamentos e mentalidades por meio da educação. Coordenado pelo Governo do Tocantins, por meio da Secretaria Extraordinária de Participações Sociais (Seps), a ação conta com o apoio de instituições como a Defensoria Pública do Tocantins (DPE-TO), o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), a Polícia Militar do Estado do Tocantins (PMTO), o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc). A iniciativa também integra o rol de ações da Rede Cuidar, política intersetorial do Governo do Tocantins que reúne esforços voltados à promoção da dignidade, à proteção social e à garantia de direitos para populações em situação de vulnerabilidade.
Em parceria com a Seps, a Seduc também desenvolveu o curso on-line Por Todas as Marias, disponível na Plataforma Moodle, com carga horária de 20 horas. O curso aborda noções básicas da legislação vigente e os tipos de violência; e propõe que os profissionais da educação criem estratégias didáticas para trabalhar o tema em sala de aula. Até o momento, mais de 500 profissionais — entre professores do componente curricular Projeto de Vida e assistentes sociais — já realizaram a inscrição.
Outra frente de atuação do projeto envolve blitz e palestras educativas realizadas em escolas e municípios, em conjunto com a Operação Shamar, coordenada no estado pelas forças de segurança do Tocantins. Em 2024, a ação alcançou mais de mil estudantes. Para este ano, estão previstas visitas aos municípios de Natividade, Dianópolis, Cristalândia e Palmas, com os objetivos de sensibilizar e mobilizar a sociedade para romper o silêncio; reconhecer sinais de abuso; e promover o respeito às mulheres desde os primeiros anos da formação cidadã.