Apesar da aparência imponente, a bananeira não é uma árvore. Botânica e tecnicamente, ela é classificada como uma planta herbácea de grande porte. A explicação para isso está na estrutura interna da planta.
Segundo o biólogo Vinícius Resende Bueno, pós-doutorando em Biologia Vegetal pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o que normalmente é chamado de caule da bananeira não é um caule verdadeiro, mas sim um pseudocaule.
“Ele é formado pelo agrupamento de bainhas foliares, partes da base das folhas que se sobrepõem e se enrolam entre si, dando a impressão de um tronco firme.” explica
Na realidade, o verdadeiro caule da bananeira fica debaixo da terra e é classificado como um rizoma, um tipo de estrutura subterrânea comum também em plantas como gengibre, orquídeas, samambaias e algumas gramíneas. Esse caule subterrâneo conecta as raízes às folhas e desempenha funções de condução de nutrientes como qualquer outro caule, mas se diferencia por não apresentar estrutura lenhosa, característica típica das árvores.
Qual a diferença entre erva e árvore?
Segundo o especialista, a principal diferença está na presença de tecido lenhoso. Árvores formam troncos com madeira, o que garante rigidez e longevidade. Já as ervas possuem estruturas mais moles, sem esse tipo de reforço interno.
Além disso, plantas herbáceas geralmente apresentam ciclos de vida mais curtos. No caso da bananeira, mesmo sendo perene, ela precisa ser renovada após o processo de frutificação — o pseudocaule morre, e um novo broto cresce a partir do rizoma subterrâneo.
Quais são as diferenças na hora do cultivo?
Embora essa característica não interfira diretamente na qualidade da fruta, ela afeta o manejo da planta no campo. O pseudocaule da bananeira, por não ser lenhoso, é mais suscetível à quebra com ventos fortes, por exemplo.
Além disso, na fase de colheita, o manejo também precisa ser adaptado. Diferentemente do tronco de uma árvore, que oferece sustentação firme, o pseudocaule da bananeira não tem resistência suficiente para suportar cortes bruscos ou manuseio agressivo, o que torna o processo mais delicado e técnico.
