Os brasileiros acreditam que vão viver até os 80 anos, um resultado acima da média global de 78 anos e acima da expectativa de vida de 76,4 anos mensurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso coloca o Brasil entre os países que autoprojetam uma das expectativas de vida mais elevadas do mundo.
Os dados são da pesquisa “Attitudes to Ageing 2025”, conduzida pela Ipsos em 32 países ao redor do mundo. A pesquisa também indica que, aos 65 anos, as pessoas podem ser consideradas da “da terceira idade” na visão dos entrevistados do Brasil. Isso indica que o brasileiro espera viver 15 anos na velhice, um dos períodos mais longos encontrados pelo estudo — atrás apenas dos 16 anos registrados na África do Sul e 17 anos na Colômbia, Filipinas e Indonésia.
A maioria dos entrevistados no Brasil (57%) também diz estar ansiosa para chegar à terceira idade, contra 38% que disseram não aguardar com entusiasmo essa perspectiva.
Como o estudo foi feito?
A pesquisa foi realizada pela Ipsos em sua plataforma online Global Advisor e, na Índia, em sua plataforma IndiaBus, entre 24 de janeiro e 7 de fevereiro de 2025.
Para esta pesquisa, a Ipsos entrevistou um total de 23.745 adultos com 18 anos ou mais na Índia, 18-74 no Canadá, República da Irlanda, Malásia, África do Sul, Turquia e Estados Unidos, 20-74 na Tailândia, 21-74 na Indonésia e Singapura, e 16-74 em todos os outros países.
A amostra consiste em aproximadamente 1.000 indivíduos em cada um dos seguintes países: Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Filipinas, Espanha e EUA, e 500 indivíduos em cada um dos seguintes países: Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Hungria, Indonésia, Irlanda, Malásia, México, Países Baixos, Peru, Polônia, Singapura, África do Sul, Coreia do Sul, Suécia, Suíça, Tailândia e Turquia.
Diferenças geracionais
A pesquisa destaca diferenças culturais e geracionais sobre a velhice, longevidade e entusiasmo para a entrada nesta fase da vida. Entre os países com as autoprojeções mais baixas no mundo, estão o México (74 anos), a Índia e a Turquia (72 anos) e a Hungria (64 anos).
Os dados globais revelam que, ao contrário do Brasil, a maioria das pessoas não está entusiasmada com a velhice. Em 32 países, 57% afirmam não estar ansiosas pela terceira idade (contra 38% que afirmam estar). A resistência diminui de acordo com a renda, o nível de escolaridade e a distância da velhice, sendo os jovens os mais entusiasmados.
Globalmente, observa-se que as gerações mais jovens, a Z e Millennials, são as que mais esperam ansiosamente pela terceira idade, especialmente homens da geração Z (46%) e Millennials (44%). As mulheres, por sua vez, apresentaram índices de expectativa pela velhice sempre mais baixos que os homens, com destaque para a geração Baby Boomer, na qual apenas 29% das entrevistadas globalmente disseram aguardar com entusiasmo a entrada na velhice.
Ainda no recorte por gênero, considerando todas as idades pesquisadas (18 a 74 anos), na Indonésia, 89% das mulheres e 88% dos homens demonstram entusiasmo para chegar à terceira idade; no Brasil, 59% das mulheres e 55% dos homens relatam esse sentimento.