A indústria de arroz ainda aguarda mais detalhes e um acordo entre Governo Federal e Congresso para entender como a desoneração dos produtos de cesta básica pode afetar seu negócio. De imediato, qualquer texto aprovado de acordo com o que foi divulgado, pouco mudará o preço.
“Precisamos ver se a proposta da FPA [Frente Parlamentar da Agropecuária] ou a do governo ou ainda uma terceira será definitiva. E teremos um período de dez anos de sistema misto”, afirmou à Globo Rural, Andressa Silva, editora executiva da Associação da Indústria de Arroz (Abiarroz).
Outro ponto a ser acompanhado é como ficam os insumos ao longo da cadeia de arroz. “A desoneração é em cima do produto final, mas as embalagens, os defensivos na produção, tudo isso é onerado. Vamos ter um sistema de ressarcimento ou vai tudo virar custo?” questiona a executiva.
Um terceiro ponto que preocupa a indústria é a concorrência com o Mercosul. Hoje o arroz que chega de países parceiros a Minas Gerais tem imposto zero. O que chega a São Paulo permite o recebimento pelas indústrias paulistas de um crédito, que também deixa o imposto nulo. Ao mesmo tempo, o arroz que vai para esses dois Estados vindo do Rio Grande do Sul ou Santa Catarina paga entre 7% e 10% de imposto.
“Temos muitas dúvidas se essa guerra entre Estados vai continuar e como será a participação do arroz em casca. Será taxado? Quanto?” questiona Andressa.
Como ponto positivo, a representante da indústria comemora que o texto do governo acompanha uma portaria do Ministério do Desenvolvimento Social e zera os impostos sobre derivados de arroz, com farinhas e massas. Isso tem impacto direto em macarrão, biscoitos e farinha de arroz, o que atende a muitos consumidores com restrição ao trigo.
“Esses produtos são tão caros hoje que afastam a produção e os consumidores. Essas medidas trariam produtos mais baratos para 2 milhões de pessoas”, calcula a executiva.
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