O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou, nesta segunda-feira (28), que o projeto de lei que concede anistia a condenados pelos atos criminosos de 8 de janeiro de 2023 não foi colocado em pauta nas discussões do Fórum Nacional de Governadores sobre a sobretaxa dos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“Não, nós não estamos tratando de anistia. Nós estamos tratando de temas que unem. Nós sabemos que, nessa questão da anistia, você nunca vai conseguir juntar o pensamento de esquerda com o de direita. Então, a nossa postura no Fórum agora é tratar de tarifas, porque eu quero o tema que una”, disse.
A declaração ocorreu na saída de um encontro do governador com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para tratar do tarifaço de 50% aos produtos brasileiros, anunciado por Donald Trump.
O projeto de lei, que perdoa os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, tem sido citado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma forma de solucionar a crise.
Ibaneis comanda atualmente o colegiado formado pelos governadores das 28 unidades da federação e foi levar as preocupações dos gestores à Alckmin, que coordena as negociações referentes à sanção, prevista para entrar em vigor em 1° de agosto.
Perguntado se os governadores defendem incluir a anistia nas negociações junto ao governo americano, Ibaneis afirmou que o assunto nunca foi tratado pelo colegiado.
“O Congresso Nacional está com o tema lá que precisa debater, porque fica essa pressão em cima do Congresso também. E tem sido uma pauta que está desunindo muito o país às vésperas de uma eleição que se avizinha para 2026. Essa matéria da anistia nunca foi tratada dentro do Fórum de Governadores e eu espero que não venha a ser tratada também”, completou.
Ibaneis pediu a Alckmin uma reunião com os governadores para tratar das tarifas e disse aguardar disponibilidade na agenda do vice-presidente. Ele também afirmou que nada impede que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se quiser, participe de uma reunião com o Fórum.
Questionado sobre a opinião dos congêneres sobre a condução das negociações pelo Executivo federal, Ibaneis disse que essa avaliação ainda não foi feita. “Mas existe quase que um consenso de que, isoladamente, nós governadores também não vamos conseguir negociar essas tarifas”, afirmou.