O presidente americano, Donald Trump, prepara novas bases legais, segundo a agência Bloomberg, para que a Casa Branca possa aplicar as tarifas de 50% ao Brasil.
Pelo modelo estabelecido pela Casa Branca, o Brasil deveria figurar entre as nações com tarifas de até 10%, já que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil.
A declaração de emergência na qual Donald Trump trabalha daria suporte jurídico para os Estados Unidos agirem de forma diferente com o Brasil. Isso porque, até o momento, Trump apresentou somente uma alegação política de que existe uma perseguição judicial e do governo brasileiro contra o ex-presidente Bolsonaro.
A Casa Branca já havia buscado outra saída, deixando o Brasil sob investigação da Seção 301, que apura possíveis violações comerciais em diversas frentes. No entanto, esse caminho é mais lento, sem dar a Trump uma chancela imediata para a aplicação da taxa de 50% no dia 1° de agosto.
Um grupo de 11 senadores de oposição enviou uma carta a Donald Trump alegando que a movimentação do republicano está promovendo um “claro abuso de poder”, usando a economia americana para interferir em favor de um amigo, no caso – Bolsonaro.
Congressistas democratas também aproveitam a situação para reforçar aos americanos que as tarifas irão impactar os preços nos supermercados de lá, como uma consequência da simpatia de Trump por Bolsonaro.
“Ele (Trump) escolheu um brasileiro ao invés de 340 milhões de americanos.”, disse o congressista democrata Eric Swalwell.
Olhando para os democratas e os republicanos, uma comitiva de oito senadores chegou em Washington, capital dos Estados Unidos, para tentar reverter o tarifaço de Trump. A agenda vai começar na segunda e seguirá até quarta.
Mas o grupo tem chance de encontrar um cenário político esvaziado – já que o Capitólio está oficialmente em recesso. Por isso, a comitiva também tentará encontros com o secretário de Estado, Marco Rubio, e com o filho de Trump, Donald Trump Júnior.
Entre as negociações, os senadores vão reforçar que as tarifas de 50% contra produtos brasileiros apenas deixarão o Brasil cada vez mais perto da China.