Um dos adoçantes mais populares para substituir o açúcar, o eritritol pode danificar as células cerebrais e aumentar o risco de um AVC (acidente vascular cerebral, ou derrame), segundo um novo estudo.
A pesquisa, feita pela Universidade do Colorado, nos EUA, mostra as desvantagens da substância utilizada há décadas em produtos “zero açúcar” nos vasos sanguíneos cerebrais e foi publicada neste mês no Journal of Applied Physiology.
O eritritol é um adoçante natural obtido através da fermentação da sacarose, frequentemente produzido a partir do milho e encontrado em centenas de produtos industrializados, de bebidas a alimentos.
“Nosso estudo reforça as evidências que sugerem que adoçantes não nutritivos, que geralmente são considerados seguros, podem não estar isentos de consequências negativas para a saúde”, disse o autor sênior Christopher DeSouza, professor de fisiologia integrativa e diretor do Laboratório de Biologia Vascular Integrativa, em comunicado.
Ao analisar o impacto do eritritol nas células que revestem os vasos sanguíneos do cérebro humano, os pesquisadores perceberam o aumento de uma proteína que contrai esses vasos e a redução do composto natural que dissolve coágulos sanguíneos.
“Em termos gerais, se seus vasos sanguíneos estiverem mais contraídos e sua capacidade de decompor coágulos sanguíneos for reduzida, o risco de AVC aumenta”, disse Auburn Berry, aluno de pós-graduação do laboratório e primeiro autor do estudo. “Nossa pesquisa demonstra não apenas isso, mas como o eritritol tem o potencial de aumentar o risco de AVC.”
Os autores alertam que o estudo ocorreu em laboratório, e que pesquisas maiores com pessoas ainda são necessárias. No entanto, De Souza incentivou que os consumidores tenham atenção ao que estão comprando no supermercado.
“Acreditamos que seria prudente que as pessoas monitorassem seu consumo de adoçantes não nutritivos como este”, acrescentou ele.