A Tera Nutrição Vegetal, fabricante de fertilizantes orgânicos, projeta um crescimento de 10% na produção para este ano. Responsável pela transformação de resíduos industriais e de lodo de tratamento biológico de esgoto em fertilizantes seguros para a agricultura, a empresa vem ampliando espaço em segmentos que necessitam de eficiência produtiva e rastreabilidade de insumos.
“Os produtores estão mais atentos à pegada de carbono e aos impactos de longo prazo no solo. E nossa empresa tem crescido nestes mercados mais exigentes por oferecermos um fertilizante orgânico com base técnica sólida, que é obtido de um processo rigoroso e controlado de compostagem”, explica Lucas Rugine, gerente comercial da empresa. Além disso, segundo ele, alguns produtores precisam comprovar por meio da rastreabilidade a sustentabilidade de sua produção.
Com 25 anos de atuação no mercado, a Tera produz fertilizantes por compostagem termofílica de resíduos orgânicos, especialmente lodo proveniente do tratamento de esgoto e efluentes industriais. O adubo se destaca pela alta concentração de matéria orgânica, ácidos húmicos e fúlvicos, microrganismos e nutrientes essenciais às plantas.
De acordo com o engenheiro-agrônomo Fernando Carvalho Oliveira, responsável técnico da Tera, os fertilizantes orgânicos contribuem para o aumento da produtividade e a melhoria da saúde do solo. Quando aplicados de forma contínua, eles podem substituir até 50% da necessidade de adubos minerais em um período de três anos.
Comprovação no campo
Um estudo realizado pela professora Simone da Costa Mello, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em uma plantação de tomates em Sumaré (SP), a aplicação de quatro toneladas por hectare do composto orgânico fez com que os frutos apresentassem menor acidez e melhor equilíbrio de sólidos solúveis, além do aumento da produtividade em comparação com a adubação convencional.
Com duas fábricas, uma em Jundiaí (SP) e outra em Paulínia (SP), a Tera tem capacidade instalada para produzir até 59 mil toneladas anuais de fertilizante composto. Todo o processo é feito sob rigorosos padrões de qualidade, garantindo a segurança do insumo final. “A gente não trata qualquer resíduo. Trabalhamos com resíduos específicos e temos total controle do que recebemos e processamos. Isso nos diferencia no mercado”, destaca Rugine. A produção é certificada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
De acordo com Rugine, o crescimento da Tera ao longo dos últimos anos foi puxado pelo aumento de volume, uma vez que os preços se estabilizaram após períodos de instabilidade internacional. A atuação da equipe comercial, com sete profissionais em campo, e a participação da empresa em eventos tem siso fundamentais para informar o produtor e mostrar os benefícios do composto na prática.
“Muitas vezes, o produtor ainda associa matéria orgânica a algo de menor valor. Nosso trabalho é mostrar o contrário: que o resíduo pode ser transformado em um produto altamente técnico, útil e seguro”, explica Rugine.
A Tera também está lançando o produto em embalagem de 25 quilos, atendendo a pedidos de agricultores que buscam mais praticidade no transporte, manuseio e armazenamento dos produtos. A empresa também tem planos de expandir a unidade de Paulínia de 12 metros quadrados para 17 metros quadrados.