O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recalibrou seu discurso sobre o tarifaço aplicado pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil. A mudança de tom foi observada em duas manifestações distintas do governador sobre o assunto.
Inicialmente, Tarcísio adotou uma postura crítica, focando suas declarações no governo federal. Em sua primeira manifestação, ele afirmou: “Lula colocou a ideologia acima da economia, tiveram tempo de prestigiar ditaduras e defender censura e agredir o maior investidor”. Neste momento, não houve menção direta ao tarifaço imposto pelos EUA.
No entanto, em um segundo pronunciamento, durante uma entrevista coletiva em um evento no metrô, o governador ajustou sua abordagem. Embora tenha mantido críticas ao governo Lula, Tarcísio reconheceu os efeitos negativos da medida americana: “O tarifaço é deletério”. Ele ressaltou que São Paulo seria o estado mais afetado pela decisão, citando impactos na Embraer e no setor de etanol.
A mudança no discurso de Tarcísio de Freitas reflete uma tentativa de equilibrar diferentes interesses políticos e econômicos. Por um lado, o governador busca manter sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Por outro, procura atender às preocupações do agronegócio e dos empresários paulistas, setores significativamente afetados pelo tarifaço.
Esta postura equilibrada visa consolidar a imagem de Tarcísio como um político capaz de conciliar o apoio da base bolsonarista com um perfil técnico que agrada ao empresariado e ao centrão. Tal estratégia é vista como fundamental para suas aspirações políticas futuras, incluindo uma possível candidatura à presidência da República.