Danúbia de Souza Rangel, ex-mulher de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o “Nem da Rocinha”, foi levada ao sistema prisional do Rio de Janeiro com sua filha recém-nascida após dar à luz e ser presa no último sábado (5), em uma maternidade na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Após audiência de custódia realizada nesta segunda-feira (7), a Justiça manteve a prisão de Danúbia. De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ela foi encaminhada à Unidade Materno-Infantil (UMI), em Bangu, que é destinada exclusivamente a gestantes e mulheres em período de puerpério no sistema prisional.
Segundo a Seap, o espaço tem estrutura diferenciada, sem celas, com áreas adaptadas para mães e bebês, incluindo berçário, local para amamentação, acompanhamento nutricional e cuidados de saúde.
As internas recebem um kit com itens como roupas para o bebê, fraldas, toalha, cobertor e produtos de higiene. Atualmente, a unidade abriga sete gestantes e sete mulheres lactantes. O tempo de permanência dos bebês pode ser de até um ano, conforme avaliação da administração penitenciária.Play Video
Em contato com a CNN, a defesa de Danúbia informou que foi protocolado um pedido na Vara de Execuções Penais (VEP) para que ela aguarde a expedição da Carta de Sentença em prisão domiciliar. O pedido está sob análise judicial.
A prisão está relacionada a um mandado expedido no âmbito de uma investigação da época em que Danúbia era companheira de Nem, então apontado como chefe do tráfico de drogas na Rocinha, Zona Sul do Rio.
Em publicação nas redes sociais, Danúbia comentou a prisão e afirmou que sabia da existência do mandado. Ela também mencionou a condição de saúde do bebê, que, segundo ela, tem síndrome de Down.
“Eu não vou mentir. Eu sabia que tinha saído o mandado há uns 20 dias, só que não me entreguei porque minha filha estava na posição pélvica, e todo mundo sabe que a mãe e a criança correm risco se não for uma cesariana. Eu não tinha onde fazer uma cesariana, a não ser que eu viesse para o hospital e me internasse. Eu optei pela minha vida e pela vida da minha filha. Eu não tô cometendo crime nenhum”, relatou.
Danúbia já havia sido presa anteriormente, em 2017, após ser localizada no Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Ela estava foragida desde 2016 e foi condenada pelos crimes de corrupção ativa e associação ao tráfico. Cumpriu mais de oito anos no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, até ser solta em janeiro de 2024, após decisão judicial que extinguiu a pena.