O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta sexta-feira (4) a PF (Polícia Federal) prorrogar por 60 dias a investigação contra o policial federal Wladimir Soares e outros réus na ação penal por tentativa de golpe de Estado.
Durante as investigações, a PF encontrou mensagens de áudios do agente da PF em que ele afirmava que fazia parte de um grupo armado formado para defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que, se necessário, estariam dispostos a “matar meio mundo de gente”.
A investigação tramita em uma petição no STF, relatado por Moraes. Hélio Ferreira, Rafael Martins e Rafael Azevedo, ambos integrantes do núcleo três, também são investigados no caso.
“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização das diligências ainda pendentes, nos termos previstos no art. 230-C, § 1º, do Regimento Interno do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, prorrogo por mais 60 (sessenta) dias a presente investigação”, diz o ministro.
Pronto para golpe
Nos áudios encontrados pela PF, agente da PF Wladimir Soares afirmava que esperava apenas uma autorização do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para agir. Nas mensagens, ele diz que o golpe não ocorreu porque o então presidente “deu para trás”.
“Os generais deram uma última forma e disseram que não iam mais apoiar ele. Na realidade, o PT pagou para eles, comprou esses generais. Eles se venderam no último minuto, quando a gente ia tomar tudo”, reclamava nos áudios.
Ainda nas mensagens, o agente fazia declarações mais graves de violência. Em um dos relatos, o policial dizia que o ministro Alexandre de Moraes, “tinha que ter tido a cabeça cortada” quando impediu a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF, em 2020.
“Vamos tocar o barco. O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente [Bolsonaro] de colocar um diretor na Polícia Federal, o Ramagem”, declarou Soares em áudio obtido pela PF.
O policial federal está preso desde novembro passado. Para a PGR (Procuradoria-Geral da República), ele teria participado da elaboração do plano “Punhal Verde e Amarelo”, cujo objetivo seria assassinar, além de Moraes, o presidente Lula (PT) e o vice, Geraldo Alckmin (PSB).