O governo federal anunciou nesta terça-feira (1º) o Plano Safra de 2025/26 com R$ 516,2 bilhões de recursos destinados à agricultura empresarial.
O montante representa um aumento nominal de R$ 8 bilhões em relação aos R$ 508,59 bilhões do plano anterior, sem considerar a inflação. No entanto, especialistas ponderam que os recursos são inferiores aos disponibilizados no período anterior.
“Em termos reais, o volume é menor e as taxas de juros são mais altas. Ou seja, menos recursos e mais caros”, afirmou à CNN Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro. “Por trás disso, temos uma restrição fiscal bem complicada e uma Selic que deve permanecer elevada por muito tempo”, acrescentou.
A partir deste ano, o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir a observância das recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). Antes, a exigência era restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares com enquadramento obrigatório no Proagro.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, em busca de maior segurança e sustentabilidade na produção.
O Mapa também destacou que outra novidade é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito.
Além disso, o programa de armazenagem (PCA) também foi ampliado, com o limite de capacidade por projeto indo de 6 mil para 12 mil toneladas.
A pasta ressaltou ainda a ampliação do limite de renda para enquadramento no Pronamp, programa de financiamentos que atende médios produtores, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano.
O novo ciclo do Plano Safra oferece medidas para facilitar a renegociação de dívidas, possibilitando aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores “mais flexibilidade”, segundo o governo federal, para reorganizar seus passivos e retomar o fluxo produtivo.