Testes de proficiência, que atestam o domínio em um determinado idioma, podem ser requisitos no âmbito acadêmico ou profissional. Muitos, no entanto, ficam em dúvida de qual escolher dada a diversidade de opções.
“O primeiro passo é entender a finalidade do teste, se é para ingressar em uma universidade, para um visto de trabalho ou para compor o currículo. Cada situação pode exigir um exame diferente, com formatos e exigências específicos”, explica Taiana Vanucci, coordenadora de Espanhol e professora da Escola Bilíngue Aubrick.
A especialista lembra que, embora os termos sejam parecidos, proficiência e fluência têm significados distintos. “Fluência é um conceito mais subjetivo, relacionado à capacidade de se comunicar com naturalidade, sem pausas longas ou dificuldades frequentes. Já a proficiência é mensurável e envolve o domínio técnico do idioma em diferentes habilidades, com base em uma escala de avaliação padronizada”, explica.
Em geral, os testes são divididos em etapas que avaliam as principais competências linguísticas: leitura, escrita, compreensão auditiva e fala.
A parte oral costuma ser realizada com um examinador ou por meio de gravações, enquanto as demais são feitas por escrito ou em computadores. A depender do teste, o tempo de duração varia entre duas e quatro horas, e podem ser feitas em formato digital ou presencial.
Os resultados das provas costumam ser exigidos por universidades no exterior, processos seletivos internacionais, empresas multinacionais e órgãos de imigração.
Quais são os níveis de proficiência?
O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (Common European Framework of Reference for Languages – CEFR) classifica os falantes nas seguintes categorias:
A – Básico
A1 (Iniciante): é o primeiro estágio do aprendizado. O falante consegue compreender e usar expressões familiares e cotidianas, além de frases simples. É capaz de se apresentar e responder perguntas básicas, desde que o interlocutor fale devagar e com clareza.
A2 (Básico ou Pré-intermediário): o falante se comunica em tarefas simples e rotineiras que exigem uma troca direta de informações. Consegue falar sobre aspectos pessoais (como onde mora, sua família, seus estudos), compreender instruções simples e se virar em situações previsíveis, como fazer compras ou pedir informações.
B – Independente
B1 (Intermediário): a pessoa consegue lidar com situações do dia a dia enquanto viaja, descrever experiências, eventos, desejos e ambições e dar opiniões de forma básica. É capaz de produzir textos simples e coerentes sobre temas familiares ou de interesse pessoal.
B2 (Usuário Independente): o falante do idioma demonstra independência, compreende textos mais complexos, como artigos e reportagens, interage com falantes nativos com certo grau de espontaneidade, participa de reuniões de trabalho e defende argumentos em discussões, ainda que com algumas limitações linguísticas.
C – Proficiente
C1 (Proficiência operativa eficaz): a pessoa apresenta domínio funcional e eficaz da língua em contextos sociais, acadêmicos e profissionais. Compreende longos discursos, se expressa de maneira clara e bem estruturada, usando vocabulário amplo. Consegue produzir textos detalhados, com fluidez e coesão.
C2 (Domínio Pleno): é o nível mais alto de proficiência, em que o candidato compreende praticamente tudo o que lê ou ouve, mesmo conteúdos complexos e técnicos. É capaz de resumir informações de diferentes fontes, reconstruir argumentos e se expressar com precisão, naturalidade e sofisticação, mesmo em contextos formais, acadêmicos ou de negócios. Geralmente o vocabulário é comparável ao de falantes nativos.
Como escolher o teste certo?
A escolha depende do objetivo acadêmico ou profissional almejado. No inglês, a Cambridge English oferece alguns dos testes mais conhecidos mundialmente, como o First Certificate in English – FCE, o Certificate of Proficiency in English – CPE e o Cambridge Advanced Examination – CAE, ideais para quem busca uma certificação com validade vitalícia e por empresas e órgãos governamentais.
Já o IGCSE, uma certificação internacional para alunos de 14 a 16 anos, que incentiva o pensamento crítico, a resolução de problemas e a comunicação eficaz, e tem reconhecimento global por universidades e empresas.
Há ainda o TOEFL (Test of English as a Foreign Language), amplamente exigido por universidades norte-americanas e canadenses, e que avalia a capacidade de comunicação em contextos acadêmicos.
Outra opção é o IELTS (International English Language Testing System), que tem uma versão acadêmica voltada para ingresso em instituições de ensino, e a geral, usada para imigração e trabalho.
Já para o idioma espanhol, os principais exames são o DELE (Diplomas de Español como Lengua Extranjera), organizado pelo Instituto Cervantes em nome do governo da Espanha, que certifica a proficiência no idioma para fins acadêmicos e profissionais, e tem validade permanente.
Também há o SIELE (Servicio Internacional de Evaluación de la Lengua Española), um exame mais recente, voltado para quem precisa de resultados rápidos e aceito por muitas universidades e empresas na América Latina, Espanha e outras regiões.
Segundo Taiana Vanucci, com planejamento, estratégia, orientação e prática, é possível alcançar o nível desejado e conquistar a aprovação nos textos de proficiência.
Confira dicas de preparação para os testes de proficiência:
Pesquise o formato do exame: cada teste tem estrutura, tempo e critérios próprios. Conhecer esses detalhes ajuda a reduzir a ansiedade.
Treine com provas anteriores: simulados são essenciais para se acostumar com o ritmo da avaliação.
Invista em todas as habilidades: ler e ouvir bem não basta — é preciso também escrever e falar com clareza.
Organize um cronograma de estudos: determine metas realistas e reserve tempo para revisão.
Considere um curso preparatório: o acompanhamento profissional pode ser decisivo, principalmente para quem tem prazos curtos ou metas altas.