Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) elevaram pela segunda vez consecutiva a previsão para a taxa Selic em 2024.
Segundo o Boletim Focus, publicado nesta terça-feira (23), os juros básicos devem encerrar o ano em 9,50%. No relatório da semana passada, o BC apontava para uma taxa terminal a 9,13% ao ano. Para 2025, a projeção foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%.
A Selic está atualmente em 10,75%, e os especialistas consultados pelo BC seguem vendo que ela será reduzida a 10,25% na reunião de 7 e 8 de maio do Comitê de Política Monetária (Copom). No entanto, para o encontro seguinte, em junho, passaram a ver corte de apenas 0,25 ponto percentual, contra 0,50 ponto na última semana.
A mudança vem na esteira de alertas do BC sobre o cenário de aumentos de preços, apontando maior preocupação com uma possível pressão de salários e citando maior incerteza sobre a dinâmica de queda da inflação doméstica. A revisão também vem após a alteração, por parte do governo federal, da meta fiscal para o ano de 2025.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, apresentou diferentes cenários para o trabalho da instituição à frente e citou uma eventual redução do ritmo de cortes da taxa básica de juros, sempre colocando como condicionante a evolução do nível de incerteza, principalmente no ambiente internacional.
Além da taxa de juros, todos os demais indicadores avaliados pelos analistas tiveram suas projeções elevadas. No caso da inflação, a expectativa é de que o IPCA encerre o ano com alta de 3,73%, ante 3,71% no Focus anterior. Para os dois anos seguintes a conta segue em 3,50%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O relatório, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou ainda que a expectativa para o dólar passou de R$ 4,97 para R$ 5,00 neste ano.
Já com relação ao crescimento da economia, os analistas avaliam que o Produto Interno Bruto (PIB) teve subir 2,02% em 2024, uma nova revisão para cima na comparação com a semana passada (1,95%).
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