Os preços do boi gordo no mercado físico tentam encontrar espaço para subir, em meio ao impasse entre pecuaristas e a indústria em diversas praças de comercialização do Brasil. De acordo com a consultoria Agrifatto, os criadores de gado resistem em fechar negócios enquanto os frigoríficos também adotam uma postura mais cautelosa, na tentativa de manter alongadas as escalas de abate.
Neste cenário, a consultoria destaca que, na quinta-feira (18/4), a maior alta na cotação do boi foi registrada em Mato Grosso do Sul, de 0,8% em relação ao dia anterior, com a arroba valendo, em média, R$ 214,60.
“Ainda em um ambiente de ‘queda de braço’ entre produtores e indústrias, o mercado físico de boi gordo permanece firme e buscando novas altas”, avalia a Agrifatto.
Em São Paulo, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) avançou 1,24% na quinta-feira, com a referência em R$ 232,05 a arroba. No acumulado do mês, o Cepea registra queda de 0,11%. Na B3, os contratos de prazo mais curto variam de R$ 234 (abril) a R$ 237 (maio).
A Scot Consultoria avalia que o cenário do mercado de boi gordo neste momento aponta para estabilidade com viés de baixa nos preços, pelo menos no curto prazo. Em análise publicada na internet, o diretor da empresa, Alcides Torres, destaca que os abates de bovinos, de um modo geral, e de fêmeas, de modo particular, se manteve em patamares elevados no primeiro trimestre.
O consultor explica que a oferta de animais prontos para abate continua alta, embora com menos intensidade que no mesmo período em 2023. A situação favoreceu, principalmente, as exportações, com recordes em janeiro e fevereiro, o segundo melhor resultado para março e uma média diária 70,6% maior na comparação dos primeiros 15 dias de abril deste ano com o do ano passado.
“Pensando de maneira otimista, com a chegada do outono e o fim da safra de capim no Centro-oeste, no curto prazo, os preços devem permanecer estáveis, com viés de baixa, pensando em uma possível desova (de animais para abate)”, afirma Torres.