A Inteligência Artificial (IA) tem feito parte do dia a dia das pessoas em uma velocidade muito grande. São para diversas utilidades e aplicações e, uma que chama a atenção, é seu uso para o processo de emagrecimento. As pessoas vêm buscando não só a IA, mas também aplicativos (APPs) para auxiliar na perda de peso. Para esclarecer um pouco mais sobre o uso de novas tecnologias para quem deseja emagrecer, o médico do esporte, nutrólogo e especialista em emagrecimento, Thiago Viana, ressalta os lados positivos e negativos dessa prática.
Atualmente, a utilização de novas tecnologias, principalmente a Inteligência Artificial, podem ser grandes aliadas no emagrecimento. Existem aplicativos com IA que analisam os hábitos da pessoa, sua rotina e até as preferências alimentares. E, a partir desses dados, sugere ajustes para atingir seu objetivo com mais saúde. “Com o uso da inteligência artificial, o processo fica mais individualizado, eficiente e até motivador. Com apenas alguns cliques é possível acompanhar nossa rotina diária, como por exemplo, o quanto comemos, a qualidade do sono, gasto calórico e até sugestões personalizadas de treinos e cardápios”, diz o médico.
Outra vantagem do uso da IA e dos aplicativos é a possibilidade do cruzamento de dados que passam despercebidos pelas pessoas. Alguns Apps conseguem identificar que, mesmo comendo ‘pouco’, o paciente está ingerindo açúcar ou gordura em excesso. “Já vi casos de pacientes que tomavam suco de fruta ‘natural’ várias vezes ao dia achando que era saudável, mas o aplicativo mostrou que esse hábito estava sabotando o emagrecimento por causa do excesso de frutose”, comenta Thiago. Esse tipo de análise ajuda a criar consciência e ajustar comportamentos que passariam despercebidos.
O lado negativo
Apesar dos diversos benefícios do uso da Inteligência Artificial e dos aplicativos no processo de emagrecimento, essas tecnologias podem ser nocivas quando usadas sem senso crítico. “Nem tudo que aparece como “dica personalizada” é, de fato, seguro. Pessoas que seguem dietas radicais sugeridas por algoritmos sem acompanhamento médico podem acabar com deficiências nutricionais, perda de massa muscular ou até desenvolver transtornos alimentares. A IA deve ser uma ferramenta de apoio, e não um substituto do profissional de saúde”, explica Thiago.
A IA não entende o histórico clínico, metabolismo, exames, hormônios e emoções da pessoa como um profissional. Um paciente com hipotireoidismo ou resistência à insulina pode ter dificuldades para emagrecer, mesmo comendo pouco. A inteligência artificial pode até sugerir um déficit calórico, mas sem considerar esses fatores. Por isso, o ideal é unir o uso da tecnologia para monitoramento com um profissional para diagnóstico e estratégia personalizada.
O médico conta sobre casos de pesquisas de dicas de emagrecimento online. ”Um fato marcante no consultório foi de uma pessoa que fez a ‘dieta da água com limão e pimenta caiena’ que viu em um vídeo viral. Ela ficou vários dias praticamente sem comer, acreditando que ia ‘secar gordura rapidamente’. O resultado foi queda de cabelo, fraqueza, desidratação e perda de massa muscular. Precisamos lembrar que o corpo não é uma máquina e que cada pessoa tem uma necessidade diferente, por isso, seguir receitas prontas pode ser muito perigoso.”, afirma o médico.
Dicas de Apps
O especialista selecionou alguns aplicativos que usam que auxiliam no processo de emagrecimento. Eles funcionam como ‘diário inteligente’, que mostram se a pessoa está no caminho certo ou se precisa ajustar algum ponto. Alguns deles usam inteligência artificial. Veja abaixo:
- MyFitnessPal: ajuda a contar calorias, registrar alimentos e monitorar nutrientes
- Lose It!: semelhante ao anterior, mas com uma interface mais simples para iniciantes
- Google Fit ou Apple Saúde: integram dados de sono, atividade física e batimentos cardíacos