A Justiça do Rio de Janeiro realiza nesta segunda-feira (26) o interrogatório dos seis réus envolvidos no caso dos órgãos para transplante infectados por HIV, liberados com base em laudos emitidos pelo laboratório PCS Labs Saleme. Os réus são sócios e funcionários da empresa, contratada pelo governo estadual para realizar exames de sorologia.
De acordo com o Ministério Público, o laboratório emitiu laudos falsos que deixaram de identificar a presença do vírus HIV em órgãos de dois doadores, comprometendo a segurança dos transplantes realizados.
Entre os réus estão os sócios Walter Vieira e Matheus Sales Vieira, além dos funcionários Ivanilson Fernandes dos Santos, Cleber de Oliveira Santos, Jacqueline Iris Barcellar de Assis –apontada como responsável por assinar um dos laudos fraudulentos– e Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do laboratório à época.
Nas audiências anteriores, as vítimas do caso e 16 das 17 testemunhas de defesa foram ouvidas.
Durante depoimento à Polícia Civil, Ivanilson Fernandes afirmou que, até dezembro de 2023, o controle de qualidade dos exames era diário. A partir de 2024, passou a ser semanal por ordem da coordenadora Adriana Vargas, com a justificativa de “economizar”.
Os seis acusados respondem por lesão corporal gravíssima, associação criminosa, falsificação de documento particular e falsidade ideológica. Eles respondem ao processo em liberdade, mas cumprem medidas cautelares determinadas pela Justiça.