Custodiados da Unidade Penal de Araguaína concluíram nesta sexta-feira, 23, o curso de Olericultura Orgânica e Convencional. Ao todo, 15 custodiados participaram da formação entre os dias 19 e 23 de maio, fruto de uma parceria entre a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Durante as aulas, os participantes aprenderam técnicas de cultivo de hortaliças, como preparação de canteiros, manipulação adequada de mudas e replantio. A capacitação foi ministrada pelo professor Nélio Noleto do Senar, com foco em práticas sustentáveis e aplicáveis tanto na agricultura convencional quanto na orgânica. As hortaliças cultivadas pelos detentos devem ser utilizadas pelo sistema penal e comunidade.
Para o chefe da Unidade Penal de Araguaína, Paulo Ricardo Reis, “ações como essa são fundamentais para o processo de reintegração social, pois os cursos profissionalizantes ampliam as perspectivas de futuro e contribuem para que os custodiados retornem à sociedade com mais dignidade e preparo para o mercado de trabalho”, pontua.
O que é Olericultura?
A olericultura é o ramo da agricultura que se dedica ao cultivo de hortaliças, como alfaces, tomates, cenouras, cebolas, entre outros vegetais consumidos regularmente na alimentação. Essa técnica envolve práticas específicas para garantir o desenvolvimento saudável das plantas, desde o preparo do solo e dos canteiros até a colheita e o manejo pós-colheita.
Ela se divide em duas vertentes principais: Olericultura Convencional, que utiliza métodos tradicionais, podendo incluir o uso de defensivos agrícolas e fertilizantes químicos, e Olericultura Orgânica, que prioriza práticas sustentáveis, com uso de adubos naturais, controle biológico de pragas e respeito ao meio ambiente.
Além da qualificação profissional, o curso também possibilita aos custodiados a diminuição da pena. De acordo com a Lei de Execução Penal (LEP), cada 12 horas de estudo equivalem a um dia a menos na pena, mecanismo que valoriza a busca pelo conhecimento e incentiva o engajamento em atividades educativas.
Segundo o gerente de Reintegração Social, Trabalho e Renda ao Preso e Egresso, Dilson Noleto, “o custodiado que trabalha, tem a possibilidade de ter a sua remição de pena junto com sua qualificação, por isso trazemos essas opções de cursos que são capazes de diminuir a reincidência de crimes pós-cárcere”.
O superintendente de Administração dos Sistemas Penitenciário e Prisional, Rogério Miranda afirma que essas ações são “reflexo do empenho da Seciju em dar continuidade na política de educação profissionalizante e as parcerias são muito importantes para isso e os custodiados têm se frequentado os cursos com afinco, com poucas baixas”.