Erison, ex-Botafogo, viveu uma quarta-feira inesquecível antes, durante e depois da semifinal da Champions League da Ásia. Foi decisivo com uma assistência no terceiro gol da vitória do Kawasaki Frontale por 3 a 2 sobre o Al-Nassr de Cristiano Ronaldo e ainda teve uma surpresa na hora de fazer o exame antidoping. Ao entrar na sala, deparou-se com CR7, que, mostrou-se incrédulo com a eliminação após o apito final.
Em vez de topar com um astro aborrecido pela decepção num jogo realizado em casa e que levaria o Al-Nassr à decisão, Erison teve a chance de bater um longo papo com o craque. E garante: Cristiano foi extremamente simpático.
– Ele não só me cumprimentou, a gente resenhou bastante no doping. Eu estava indo para o doping e quando entrei na sala ele estava lá. Não estávamos conseguindo urinar e aí acabou que ficamos mais de duas horas conversando (risos). Ele perguntou se eu estava bem, se a minha família estava bem. Ele perguntou se eu estava gostando do Japão, e eu falei que sim, que é um país tranquilo e seguro. Perguntei se ele estava bem na Arábia, se a família estava bem, e ele falou que sim, que está gostando bastante daqui e que a Arábia Saudita vai crescer ainda mais no futebol.
– Falei para ele que joguei no Estoril, em Portugal, e ele disse: “Sério, gostaste de lá?”. Falei que gostei muito, que é um país muito seguro e que gostei bastante de morar lá. Foi um papo bem legal. Ter a chance de conversar com um ídolo do tamanho dele, de conhecer a pessoa fora daquele ambiente do campo é diferente. Jamais vou esquecer esse momento. Eu já era fã dele e fiquei ainda mais. Espero que ele continue sendo feliz na carreira e na vida.
O encontro nunca mais sairá da memória de Erison, mas a partida também ficará guardada no coração dele. Por estratégia da comissão técnica, começou no banco para aproveitar seu potencial físico durante o segundo tempo. Deu certo: aos 30 minutos do segundo tempo, levou a bola na bandeirinha de escanteio, fez a parede e cruzou para Ienaga marcar. Uma jogadaça (veja no vídeo que abre a matéria).
– Foi uma honra jogar contra o Cristiano e, principalmente, conquistar essa tão sonhada classificação para a grande final. Essa vitória acabou tendo um peso ainda maior pela presença dele em campo e por tudo o que ele representa mundialmente. Para mim, foi um dia inesquecível. Entrar num momento decisivo da partida e contribuir diretamente com a assistência foi emocionante.
– Na jogada em cima do Laporte, eu não pensei muito. Sabia que precisava segurar um pouco a bola para dar tempo de alguém chegar na área. Quando virei para proteger a jogada, acredito que ele pensou que eu fosse prender na linha de fundo e acabou abrindo um espaço. Felizmente, tudo deu certo.
Neste domingo, contra o também saudita Al-Ahli e novamente na cidade de Jidá, Erison vai em busca de seu primeiro título no exterior. A final da Champions League da Ásia está marcada para 13h30 (de Brasília).
– Agora é a final. Vamos manter os pés no chão, trabalhar com tranquilidade, sem barulho, do mesmo jeito que fizemos até aqui. Quem sabe a gente consiga realizar esse feito, que, sem dúvida, será o maior e melhor momento da carreira de todos nós até agora.