Após duas manifestações a favor do projeto de lei que anistia os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, dirigentes do bloco do Centrão avaliam que não há ainda apoio popular suficiente para a aprovação da proposta no Congresso Nacional.
O diagnóstico feito por líderes de centro à CNN é de que a pauta está hoje concentrada na direita e que não tem empolgado eleitores moderados.
Tanto é que o público tanto de Copacabana, no Rio de Janeiro, como da Avenida Paulista, em São Paulo, nas duas manifestações promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram abaixo do esperado pela própria direita.
Os líderes de centro, incluindo os de centro-direita, ainda citam pesquisas de opinião que apontam que a maioria da população é contrária à anistia. Por isso, concordam que o caminho natural da proposta é ser remetida a uma comissão especial, para ser discutida por meses, antes de ser pautada em plenário.
A avaliação é relevante porque o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já salientou que não cederá a pressões e que tomará a decisão em conjunto com os líderes partidários.
Nos bastidores, o argumento é de que a pauta econômica é hoje prioritária, ainda mais diante da alta da inflação e da perspectiva de recessão global com as medidas do governo de Donald Trump, dos Estados Unidos.
Além disso, dirigentes do centro também dizem que o projeto da anistia tem potencial de atrapalhar a tramitação de iniciativas de maior impacto sobre o eleitorado em geral.