A Polícia Civil do Tocantins, por intermédio da Delegacia de Polícia de Esperantina, cumpriu na noite desta sexta-feira, 14, o mandado de prisão preventiva de C.V.B., de 38 anos, investigado por uma série de crimes praticados contra sua companheira, de 18 anos, em um episódio de extrema violência ocorrido no dia 9 de janeiro de 2025.
De acordo com as investigações, o crime aconteceu na residência do suspeito, localizada na Rua Tancredo Neves, bairro Centro, no município de Esperantina. Após uma discussão, o suspeito teria convencido a vítima a retornar para casa, momento em que iniciou uma sequência de agressões físicas, verbais e psicológicas. Conforme consta nos autos, ele desferiu socos, chutes, tentou enforcá-la e utilizou uma faca para cortar seus cabelos.
Ainda segundo a apuração, o autor arrastou a vítima pelos cabelos até o interior da residência, onde intensificou as agressões, chegando a ameaçá-la de morte com uma espingarda. Em seguida, praticou ato sexual mediante violência, apesar da expressa recusa da vítima. Durante a tentativa de fuga, a vítima foi novamente capturada e submetida a tortura psicológica, permanecendo sob o domínio do autor durante toda a noite.
Na manhã seguinte, aproveitando um momento de descuido do autor, a vítima conseguiu fugir pela porta dos fundos da residência e buscou ajuda junto à sua irmã. Mesmo tentando interceptá-la, C.V.B. não conseguiu impedir a fuga, sendo a Polícia acionada em seguida.
Diante das evidências e da gravidade dos fatos, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva do investigado, que foi deferida pelo Poder Judiciário. O homem foi localizado e preso, sendo conduzido à Unidade Prisional de Augustinópolis, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Indiciamentos
C.V.B. foi formalmente indiciado pelos crimes de cárcere privado qualificado (art. 148, §1º, I, do Código Penal); estupro majorado (art. 213 c/c art. 226, II, do Código Penal); lesão corporal contra mulher em ambiente doméstico (art. 129, §13, do Código Penal); ameaça majorada (art. 147, §1º, do Código Penal); e injúria majorada (art. 140 c/c art. 141, §3º, do Código Penal), todos em concurso material de crimes (art. 69 do Código Penal), observando-se as disposições da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha).
O delegado Jacson Wutke, responsável pelas investigações, destacou a gravidade do caso e o compromisso da Polícia Civil em garantir a segurança das mulheres. “Os fatos apurados demonstram uma escalada de violência extrema, que colocou em risco a vida da vítima por várias horas. Situações como essa exigem uma resposta rápida e firme do Estado para proteger a vítima e evitar a reiteração criminosa. A Polícia Civil reafirma seu compromisso de combater todas as formas de violência contra a mulher e continuará atuando de forma incansável para garantir a integridade física e psicológica das vítimas”, afirmou o delegado.
Segundo a autoridade policial, C.V.B. já possui antecedentes criminais e atualmente cumpre pena em regime aberto domiciliar pelo crime de abigeato (furto de animais).
A Polícia Civil orienta as vítimas a denunciarem qualquer situação de agressão física ou psicológica por meio do Disque 180 ou diretamente na Delegacia de Polícia mais próxima.