O ano de 2025 começou forte no mercado de capitais do Brasil, mesmo após os recordes de captação de 2024. As empresas captaram R$ 43,1 bilhões em janeiro, crescimento de 103,2% na comparação com o mesmo período de 2024 e o melhor resultado para o mês na série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), iniciada em 2012.
Não houve operações de renda variável em janeiro e a renda fixa novamente dominou o cenário. As debêntures atingiram R$ 28,5 bilhões no mês passado, expansão de 243,5% ante janeiro de 2024 e também volume recorde para este título de dívida.
Os recursos captados com debêntures estão sendo destinados principalmente para investimentos em infraestrutura (45% do total), segundo a Anbima.
Os principais compradores de debêntures foram os intermediários e demais participantes ligados à oferta, como os bancos coordenadores, que ficaram com 64,8% dos papéis. Em seguida aparecem os fundos de investimento, com 26,7%.
Já o prazo médio das debêntures atingiu 10,6 anos, o nível mais alto dos últimos 15 meses.Play Video
Para o presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, o ambiente da economia, com juros altos, continua impulsionando a renda fixa, que se consolida como uma alternativa na estratégia de financiamento das companhias.
Entre os instrumentos de securitização, os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) levantaram R$ 3,5 bilhões em janeiro, aumento de 8,8% na comparação anual. Já os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) tiveram queda de 14%, para R$ 3,2 bilhões.
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) registraram um janeiro recorde e atingiram R$ 2,2 bilhões, com alta de 42,9%. Os fundos imobiliário (FII) movimentaram R$ 2,8 bilhões e os Fiagros chegaram a R$ 1 bilhão no período.
No mercado externo, as ofertas de renda fixa somaram US$ 3 bilhões, abaixo dos US$ 5,1 bilhões do mesmo período de 2024.