Os Estados do Sudeste, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, têm enfrentado dias quentes com termômetros perto ou até acima dos 40ºC. Ontem, a capital do Rio de Janeiro igualou o recorde de calor de 2025, de 38,7°C, enquanto São Paulo bateu recorde da madrugada mais quente pelo quarto dia consecutivo. Belo Horizonte registrou a madrugada e a tarde mais quente do ano e Vitória teve a maior temperatura para 2025 pelo segundo dia consecutivo.
Ainda assim, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as condições não caracterizam uma onda de calor por não atender a todos os critérios técnicos: temperaturas 5°C acima da média por pelo menos três dias consecutivos.
Até quando vai o calor?
As temperaturas podem ter um leve recuo perto do fim da semana por conta da previsão de chuva. A nebulosidade vai impedir que a irradiação solar seja tão duradoura e forte, além do refresco das precipitações.
Apesar da passagem desta frente fria, Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, alerta que serão apenas pancadas de chuva, e não há nenhuma previsão de chegada de ar polar nos próximos dias. Ou seja, os dias seguirão quentes, mas em patamares menos altos do que os atuais.
O meteorologista Willians Bini explica que, apesar dos dias quentes, não registra-se uma grande persistência em número de dias consecutivos se comparar aos anos passados. “Falávamos mais em ondas de calor do que agora”.
Com as chuvas previstas, a temperatura volta a ficar dentro da normalidade para janeiro, que é um mês quente, com máxima de 27ºC no domingo (26/1) em São Paulo, por exemplo.
Cidades mais quentes
A cidade de Seropédica, no Rio de Janeiro, atingiu 39,7°C e foi a mais quente desta terça-feira. Duque de Caxias (RJ), Cambuci (RJ) e Niterói (RJ) registraram 39,5°C, enquanto Coronel Pacheco (MG), com 38,9°C, e Marilândia (ES) e Silva Jardim (RJ), com 38,8°C completam o ranking das maiores temperaturas. Em São Paulo, Iguape, com 37,6ºC, e Bertioga, com 36,4ºC, foram os municípios mais quentes do dia.
Por que tanto calor?
O calor do Sudeste não está sendo provocado pela onda de calor que atingiu o Sul do país na última semana nas fronteiras com o Uruguai, Paraguai e Argentina. Essa onda de calor levou as temperaturas acima dos 40ºC nos Estados do Sul, além de partes de Mato Grosso do Sul e até o extremo oeste de São Paulo.
A combinação de três fatores justificam a manutenção do calor atual no Sudeste: a diminuição de nebulosidade de chuva que permitiu que o sol aparecesse forte por horas consecutivas – o sol de janeiro, em pleno verão -; a ausência de ar frio de origem polar; e o “aquecimento adiabático”, que é caracterizado por uma porção de ar que é forçada a descer uma montanha ou uma serra por força do vento. Segundo Josélia Pegorim, nesse trajeto, o ar se aquece 1ºC a cada 100 metros.
“Com 30ºC na capital paulista, entre São Paulo e a Baixada Santista são 800 metros de diferença, ou seja, o calor chega com 38ºC na região litorânea”, explica. Esse efeito é comum e acontece nos litorais de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná.
Previsão
Nesta quarta-feira (22/1), o calor continua intenso em toda a região com termômetros perto dos 40°C em alguns municípios. O excesso de calor vai provocar nuvens carregadas e há previsão de pancadas de chuva durante a tarde e a noite por quase toda a região, segundo informações da Climatempo.
Há risco de chuva moderada a forte em todos os Estados, mas a maioria das áreas do Espírito Santo e também o norte e o leste de Minas Gerais fica fora dos alertas para chuva forte.
A Defesa Civil de São Paulo reforça que, mesmo com o calor intenso, as pancadas de chuva isoladas vão ocorrer e podem ser acompanhadas de raios, ventos fortes e até granizo, principalmente nas regiões que fazem divisa com o Paraná. “Essas condições podem resultar em temporais localizados, aumentando o risco de transtornos em áreas já encharcadas”.