A produção de café do Brasil que será colhida neste ano deverá permanecer abaixo da média, marcando o quinto ano consecutivo de produção aquém do normal, segundo análise do Itaú BBA.
Em boletim mensal, a consultoria ponderou que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo sua estimativa para a safra 2024/25 do Brasil, de 69,9 milhões para 66,4 milhões de sacas, sendo 45,4 milhões de arábica e 21 milhões de robusta.
Os números indicam indicam variações de +1,1% no arábica e -1,9% no robusta em comparação com o ciclo anterior. A revisão do USDA está alinhada com a projeção feita pelo Itaú BBA em agosto de 2024, que previa 65,5 milhões de sacas.
Na análise do banco, com o consumo global de café em alta e a oferta de arábica limitada para 2025 e o início de 2026, os preços devem permanecer elevados, com possibilidade de novas altas.
“Esse cenário tende a reduzir as exportações brasileiras e dificultar a originação de café, impactando tradings e indústrias de torrefação e café solúvel, que podem enfrentar pressão adicional devido às chamadas de margem”, destacou o boletim do Itaú BBA.
Causas
Sobre os fatores que prejudicam a produção, o banco destaca que a seca e o forte calor afetaram o pegamento das floradas nas plantas de café arábica, especialmente em áreas não irrigadas.
Por outro lado, para o robusta (conilon), o pegamento das floradas foi positivo no Espírito Santo, principal Estado produtor, e os bons tratos culturais devem favorecer a produção, desde que o clima continue estável.
“O cenário é particularmente favorável para os produtores de robusta, que podem colher volumes elevados e aproveitar preços elevados em 2025. Já as áreas irrigadas de arábica, menos afetadas pela seca, também podem registrar bons resultados em produtividade”.