O Brasil deve colher uma safra recorde de soja em 2024/25, avaliada em 172,4 milhões de toneladas, segundo estimativa da Agroconsult divulgada nesta quinta-feira (16/1). Se confirmado, o volume representará um crescimento de 10,9% na comparação com o resultado de 2023/24.
Segundo a consultoria, o início da atual temporada foi marcado por boas condições climáticas na maior parte do país, apesar do atraso no início do plantio. Com um plantio também recorde, de 47,5 milhões de hectares – crescimento de 1,5% em relação ao ciclo anterior – a perspectiva é de produção recorde.
“Atraso na implantação das lavouras não quer dizer impacto em termos de produtividade. Pelo contrário. O plantio mais tardio gera uma janela climática melhor”, destacou André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, expedição de campo promovida pela Agroconsult.
Com a continuidade das chuvas desde o final do ano passado, a previsão da consultoria é de produtividades acima da média em todos os Estados produtores de soja do país. Em Mato Grosso, maior Estado produtor do país, a previsão da Agroconsult é de um aumento de 20% no volume de soja a ser colhido em 2024/25, para 64,5 milhões de toneladas.
“Sem dúvida alguma, você começar uma safra com um bom plantio é mais de meio caminho andado não só pela implantação das lavouras, mas também pelo custo”, observa o analista.
Apesar do bom início da estação, a avaliação do presidente da Agroconsult, André Pessôa, é de que a nova temporada será de margens mais apertadas em decorrência da queda dos preços da soja em Chicago.
“Apesar da redução dos custos com defensivos e um pouco de fertilizantes, não foi ao ponto de mudar a trajetória da margem”, alerta Pessôa. Segundo ele, a margem só não será pior que o registrado em 2023/24 por conta do dólar em alta. “Isso aumenta um pouco o custo de produção dos itens dolarizados, mas ajuda muito a receita”.
Condições climáticas
Em relação ao desenvolvimento das lavouras, a Agroconsult alerta para a piora das condições climáticas em Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul, com áreas com mais de 20 dias sem chuva.
“São regiões com veranicos que já retiram a produtividade, com abortamento de flores e vagens. A boa notícia é que tem previsões boas de chuvas que talvez estanquem as perdas que observamos até aqui”, completa Debastiani.
Para o Rio Grande do Sul, a previsão da Agroconsult é de queda de 0,2% na produção de soja em 2024/25, para 49,5 milhões de toneladas. Pra o Mato Grosso do Sul, a previsão é de uma colheita de 56,5 milhões de toneladas, avanço de 13% na comparação com 2023/24.