O governo federal ainda não decidiu quem vai presidir o evento que ocorre no final do ano em Belém. A previsão era de que a indicação fosse feita esta semana, mas a nomeação foi adiada. Vamos analisar cada um desses nomes, indicando potenciais ganhos para a COP30.
A demora pode ser justificada pela qualidade das três pessoas mais cotadas. Não será uma decisão fácil.
Geraldo Alckmin
Além de ocupar a vice-presidência da República, Alckmin é Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. É um nome de peso e indicaria fortemente o compromisso do Brasil com a Cúpula do Clima.
Embora não seja necessariamente vinculado às pautas socioambientais, ele se destacou como líder da delegação brasileira na COP29, realizada no ano passado no Azerbaijão. Isso acabou por fortalecer a sua candidatura para presidir a COP30. Entretanto, sua agenda como ministro pode ser um problema.
O fato de não ter uma trajetória notadamente ligada às questões ambientais não constitui um impeditivo, pois a assessoria do Itamaraty e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima poderia assessorá-lo adequadamente com as questões mais técnicas.Play Video
André Corrêa do Lago
Diplomata de destaque, André Corrêa do Lago exerce o cargo de secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente no Itamaraty. Possui ampla experiência em negociações internacionais relacionadas ao clima. É um nome altamente respeitado e reforçaria o compromisso do Brasil com a agenda ambiental global.
Desde 2001, atua em temas relacionados ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ocupou o cargo de diretor do Departamento de Energia entre 2008 e 2011, e do Departamento de Meio Ambiente entre 2011 e 2013. Foi negociador-chefe do Brasil em questões climáticas (2011–2013) e na conferência Rio+20 (2011–2012).
Desempenhou um papel importante na articulação das posições brasileiras durante a COP29, realizada no ano passado no Azerbaijão, o que consolidou sua reputação como um dos especialistas do país em questões climáticas. O seu papel técnico e diplomático é visto como um diferencial para ocupar a presidência da COP30.
Ana Toni
Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, ela possui uma ampla trajetória em organizações não governamentais. Foi diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS) por oito anos. Presidiu o Conselho do Greenpeace Internacional e foi representante da Fundação Ford no Brasil, além de outras atividades.
Ana Toni destaca a importância de integrar a adaptação climática em todas as políticas públicas. Ela defende que as soluções para as mudanças climáticas devem ser locais, apesar de o problema ser global.
A experiência acumulada com a atuação junto a organizações sem fins lucrativos de relevância internacional constitui-se em um importante asset que potencializa sua indicação para a presidência da COP30.