Um estudo recente, publicado na revista Nature, Ecology and Evolution, posicionou o Brasil como líder mundial em potencial para a identificação de novas espécies. Mas as riquezas do país não se limitam à superfície. As profundezas do subsolo também guardam segredos a serem desvendados.
Com o objetivo de explorar esse potencial subterrâneo, pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um mapa que indica as áreas com maior probabilidade de abrigar novas cavernas.
A iniciativa parte do Plano de Ação Nacional para Conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro (PAN Cavernas do Brasil) e reúne especialistas de diversas instituições, como o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (ICMBio/Cecav), Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
Segundo Tiago Silva, coordenador da ação e analista ambiental do ICMBio/Cecav, a ideia surgiu da constatação de que muitas áreas no Brasil com potencial para abrigar cavernas ainda não foram devidamente exploradas.
“Este mapa poderá orientar as expedições de prospecção espeleológica, propiciando o registro de novas cavernas, até então fora do cadastro oficial (Canie), contribuindo para o avanço do conhecimento do patrimônio espeleológico brasileiro. Além disso, outras ações do PAN têm o resultado desta como subsídio. Como, por exemplo, a ação que disponibilizará recursos financeiros para financiar expedições de prospecção espeleológica exatamente nas áreas indicadas pela ação que desenvolveu o mapa de áreas prioritárias”, afirmou Tiago.
O PAN Cavernas do Brasil é um plano abrangente que visa proteger e conservar o patrimônio espeleológico brasileiro. Com 45 ações distribuídas em quatro objetivos específicos, o plano busca prevenir, reduzir e mitigar os impactos causados pela ação humana sobre as cavernas e seus ecossistemas.
As informações obtidas por meio desse mapeamento serão cruciais para a conservação do patrimônio espeleológico brasileiro. Além de subsidiar novas expedições, os dados coletados servirão de base para a criação de políticas públicas mais eficazes para a proteção dessas áreas.