O Carrefour Global informou nesta sexta-feira (22/11) que a medida anunciada há dois dias de não comprar carnes originárias de países do Mercosul se aplica exclusivamente às lojas localizadas na França. A empresa destacou que, em nenhum momento, a decisão está relacionada à qualidade dos produtos oriundos do Mercosul.
Segundo o comunicado enviado em resposta ao Valor, a ação atende exclusivamente a uma demanda do setor agrícola francês, que atualmente enfrenta um contexto de crise.
A reportagem questionou a motivação do posicionamento do presidente da rede, Alexandre Bompard, em uma carta enviada à federação dos agricultores francês, a FNSEA, e publicada em seu LinkedIn, se a empresa na França compra maior volume de carne local. Porém, não houve resposta sobre a pergunta, nem sobre a quantidade que seria comprada dos países que formam o bloco – Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
“Todos os outros países onde o grupo opera, incluindo Brasil e Argentina, continuarão a operar sem nenhuma alteração e poderão adquirir carne do Mercosul. Nos outros países, onde há um modelo de franquia, também não haverá mudanças”, afirmou a comunicação global do Carrefour.
A rede disse ainda que reforça seu compromisso com as práticas comerciais globais, buscando atender às especificidades e demandas regionais de forma estratégica.
No Brasil, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, mencionou nesta quinta-feira que descartava a possibilidade de uma ação orquestrada do Carrefour França com outras empresas francesas. Há cerca de um mês, a Danone França se posicionou contra a compra da soja brasileira, repercutindo negativamente entre entidades do país. Até o momento, nenhuma outra organização europeia declarou paralisação de negócios com fornecedores do Mercosul.