Se alguém te falar que o melhor café do mundo é o da Colômbia ou da Etiópia, duvide. Desde 2020, o Brasil bate recordes de safra de café e já vende para essas duas nações tradicionalmente referência na produção do grão no mundo e leva pela segunda vez consecutiva o Prêmio Internacional de Café Ernesto Illy, considerado a condecoração de qualidade de café global.
A Fazenda Serra do Boné, de Araponga (MG), ganhou o prêmio máximo “Best of the Best” de melhor café do mundo em 2024. A propriedade é do produtor Matheus Lopes Sanglard e ganhou destaque pela técnica de produção de grão despolpado, que aumenta a quantidade de açúcares naturais e intensifica os aromas, diferenciando a bebida.
As lavouras de café da vencedora são de sistema regenerativo, levando em consideração o uso de biológicos, plantas de cobertura, entre outras práticas para melhorar a produtividade. “Este compromisso com a sustentabilidade e a qualidade tornou a Fazenda Serra do Boné um nome influente e respeitado no mercado de cafés especiais em 2024”, informou a illycaffè .
“Pelo segundo ano consecutivo, uma fazenda brasileira que adota práticas regenerativas nos deu o melhor café no mundo. Na Fazenda Serra do Boné, a saúde do solo, a biodiversidade e as fontes de água são preservadas graças ao uso de fertilizantes orgânicos, ao controle biológico e à reutilização de subprodutos do processamento – explica Andrea Illy, presidente da multinacional.
Os critérios de avaliação que levaram à fazenda mineira ao pódio foram riqueza aromática, doçura e complexidade. A celebração aconteceu na cidade de Nova York, Estados Unidos, no dia 13 de novembro. Foram 39 lotes de café do mundo todo avaliados primeiro pelo público e, depois, por nove especialistas.
O júri descreveu o café premiado da Fazenda Serra do Boné como cremoso, doce e encorpado, com um equilíbrio elegante de aromas de frutas frescas, tons de caramelo, notas sutis de açúcar mascavo e um final persistente de chocolate com notas florais de jasmim – um café maravilhosamente complexo que personifica perfeitamente sua origem brasileira.
Descrita por suas “notas de frutas frescas, caramelo e um final de chocolate, a produção utiliza práticas de agricultura regenerativa, preservando a biodiversidade e saúde do solo”, acrescentou a empresa italiana, uma das maiores indústrias de café do mundo e coordena o prêmio há mais de 30 anos.
Entre os avaliadores, estavam Massimo Bottura, Chef Patrono da Osteria Francescana e fundador da Food for Soul; Viki Geunes, chef-proprietário do Zilte, com três estrelas Michelin, na Antuérpia; Felipe Rodrigues, Chef do Complexo Rosewood, em São Paulo; Vanúsia Nogueira, Diretora Executiva da Organização Internacional do Café; além de jornalistas e provadores profissionais Q Grader, Felipe Isaza e Dessalegn Oljirra Gemeda.
Conheça os vencedores de outras categorias
O júri elegeu também o melhor entre os vencedores das 9 origens únicas que compõem o blend exclusivo da illy: Brasil, Costa Rica, El Salvador, Etiópia, Guatemala, Honduras, Índia, Nicarágua e Ruanda.
O SMS Cluster ECOM, da Nicarágua, levou o prêmio da categoria “Coffee Lovers’ Choice”, referente à votação popular realizada algumas semanas antes ao evento. As provas das amostras foram feitas às cegas em diversos pontos do mundo, incluindo uma das cafeterias da Illy em São Paulo.
O evento deste ano atraiu um grupo diversificado de figuras públicas, incluindo Francis Ford Coppola, Marina Abramović, Pat Cleveland, Alex Riviere, Chiara Maci, Candela Pelizza, Tamu McPherson, Sveva Alviti, Christoph Leitner, Simon e Marina Ksandr, Nick Lowry, Maddy Devita, Justine Martilotti e Brittany Leigh Ball.
Relembre os cafés vencedores de outras edições
- 2020 – Fazenda Pai e Filho (Cerrado Mineiro, MG) : Esse café, vencedor do Prêmio Ernesto Illy, é conhecido por seu equilíbrio de sabor com notas de chocolate e corpo denso. Produzido na região do Cerrado Mineiro, se destacou pelo cultivo sustentável e qualidade superior.
- 2021 – Fazenda Primavera (Chapada de Minas, MG): A Fazenda Primavera, da Chapada de Minas, foi reconhecida pela suavidade e doçura do seu café, com aromas florais e notas de caramelo. Esse café reflete o terroir da região e é cultivado com práticas regenerativas.
- 2022 – São Mateus Agropecuária (Cerrado Mineiro, MG): Em Varjão de Minas, a São Mateus Agropecuária ganhou o título “Best of the Best”. Seu café é descrito como uma “xícara redonda e encorpada” com nuances de chocolate, açúcar mascavo e amêndoas. A produção é focada na agricultura regenerativa, com respeito ao solo e à biodiversidade local.
- 2023 – São Mateus Agropecuária (Cerrado Mineiro, MG): Reafirmando a qualidade, a São Mateus foi novamente vencedora com um café que traz equilíbrio aromático e um final persistente e suave. A empresa demonstrou comprometimento com a sustentabilidade e aprimoramento constante na qualidade.