A sexta-feira (15/11) começa com os preços da soja operando no campo positivo da bolsa de Chicago. O contrato mais negociado, de vencimento em novembro sobe agora 0,75%, a US$ 9,9750 o bushel.
A soja responde à mudanças de patamar do dólar. Durante à noite e nesta manhã, a moeda americana operava em baixa, na comparação com uma série de divisas, depois de atingir o maior patamar desde outubro de 2023.
“Um dólar mais fraco torna os produtos dos EUA mais atraentes para compradores estrangeiros que buscam itens denominados em dólar, incluindo produtos agrícolas. Um dólar mais forte faz o oposto”, afirma Tony Dreibus, analista do Success Farming.
As mudanças na lei antidesmatamento da União Europeia também mexem com as cotações. “Muitos mercados, como o Brasil, não estão totalmente preparados para atender as exigências da lei europeia, como os Estados Unidos estão. Pegando como exemplo o farelo de soja, com a postergação da EUDR, o mercado entende que agora conta com outros fornecedores além dos americanos, como a Argentina, por exemplo”, comenta Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural.
Para além das mudanças na lei antidesmate, Fernandes comenta que a soja vai manter a tendência de queda em Chicago também olhando para os fatores de oferta, e ainda respondendo à vitória de Donald Trump para a presidência dos EUA.
“A soja vem desvalorizada há tempos, com o mercado ainda acreditando que Trump vai mesmo impor novas taxas à China, que deve reduzir a demanda pelo grão americano. Essa tendência de baixa só se reverte caso os chineses consigam um acordo que garanta vantagens para compras nos EUA, mas isso precisaria ser feito antes da posse do novo presidente”, acrescenta Fernandes.
O milho, por sua vez, opera de forma estável, a US$ 4,19 o bushel. Elementos como a finalização da colheita nos EUA e ainda alta do dólar são considerados negativos para as cotações.
O trigo passa por uma realização de lucros após três dias em baixa. Os contratos para dezembro sobem agora 1,7%, para US$ 5,3625 o bushel.
A Europa está aumentando suas ofertas de trigo. Além disso, a Rússia, maior exportador do mundo, também vê perspectivas melhores de produção após condições climáticas mais favoráveis vistas recentemente no país.
A SovEcon prevê a produção de trigo em 2025 na Rússia em 81,6 milhões de toneladas acima dos 80,1 milhões projetadas anteriormente.