Em dia de feriado no Brasil, os principais contratos agrícolas negociados na bolsa de Nova York operam em leve alta. No caso do café arábica, a queda nos papéis para março é de 0,3%, com os lotes a US$ 2,7955 a libra-peso.
Ontem, esses papéis subiram mais de 3%, após notícias de problemas na safra brasileira. Segundo Antônio Pancieri Neto, da Clonal Corretora de Café, após as primeiras floradas e a queda dos chumbinhos, aumentou a incerteza para a produção no país em 2025/26, ano de bienalidade negativa. Isso tem aumentado o apetite dos investidores na compra de papéis.
“Com todos os receios sobre a oferta, não há garantia de que a demanda será atendida em 2025 como foi este ano. A chuva que caiu recentemente sobre as áreas produtoras chegou na hora certa, mas não apaga os prejuízos causados pelo tempo seco na primeira metade do ano”, afirma.
Ainda segundo Pancieri Neto, o ritmo fraco das exportações do Vietnã e ainda a falta de negócios no mercado interno brasileiro alimentam a tendência de alta para o café, que pode continuar subindo também por fatores técnicos.
“O grande diferencial para esse momento é que o café entrou em um canal de alta após romper resistências importantes, e isso pode dar novos impulsos aos preços, com investidores já enxergando os US$ 3 como um alvo possível de ser alcançado”, observa.
O cacau tem a quarta sessão em alta, com os contratos para março do ano que vem US$ 8.659 a tonelada, 0,85% mais que no último fechamento.
“O mercado vem apoiado por problemas na safra de cacau em Gana, que estão deixando os investidores de ‘orelha em pé’. Mesmo com entradas robustas na Costa do Marfim, há uma desconfiança se realmente a produção irá se recuperar em 2024/25”, afirma Adilson Reis, analista de mercado.
Ele acrescenta que o problema em Gana – segundo maior produtor mundial – é com a doença conhecida como broto inchado, que segundo estimativas de analistas, afeta cerca de 50% das árvores de cacau no país.
“Além de os fundos não estarem plenamente confiantes com a recuperação da colheita, a demanda ainda está resiliente. Alguns resultados de empresas mostram manutenção no volume de vendas. O setor está se ajustando nesse momento de elevação nos produtos de chocolate”, comenta Reis.
No mercado de açúcar demerara, os contratos para março sobem 0,51%, a 21,65 centavos de dólar por libra-peso. E o algodão opera estável, a 70,58 centavos de dólar por libra-peso.