Com objetivo de melhorar a assistência materna infantil prestada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria de Saúde do Tocantins (SES-TO) realizou na terça-feira, 12, durante o Encontro Estadual pela Saúde Materno Infantil – Integralidade do Cuidado, palestras sobre sífilis congênita e sífilis em gestantes e sobre a síndrome hipertensiva gestacional.
As capacitações ocorreram na Escola Estadual Elizângela Glória Cardoso.
“As palestras têm sido de grande proveito e enriquecedoras, os temas são bem relevantes para a nossa área de atuação, que é a atenção primária à saúde. O que mostra que é preciso investir cada vez mais na capacitação dos profissionais de saúde, e é importante que as secretarias estejam cientes da importância do trabalho que esses profissionais fazem, para capacitar mais. Porque onde há assistência básica, existe um papel fundamental que é a prevenção, para que casos de morte neonatal e materna não venham ocorrer”, afirmou a médica de família no município de Santa Terezinha do Tocantins, Rayssa Layana de Freitas.
A médica Ginecologista e Obstetra, Dirce Naomi Okatani, palestrou sobre a síndrome hipertensiva da gestação e afirmou que, “a hipertensão gestacional é caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, ela pode causar complicações graves para a mãe e o bebê. Por isso há uma necessidade de capacitação contínua da equipe multidisciplinar para diagnóstico precoce e manejo adequado das síndromes hipertensivas”.
“Algumas das causas da síndrome hipertensiva gestacional são o sedentarismo, diabetes, obesidade, tabagismo e a doença podem ser prevenidos com a realização de atividades físicas e orientação nutricional. Quando verificado sintomas, é realizada avaliação das condições materna e fetal e a introdução do tratamento, além da orientação às pacientes e familiares sobre riscos e complicações”, acrescentou a ginecologista.
A doença pode ser classificada em quatro formas diferentes, sendo a pré-eclâmpsia (doença hipertensiva específica da gravidez); hipertensão crônica (identificada antes da gestação, ou antes, de 20 semanas de gestação); pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica (a paciente previamente hipertensa desenvolveu proteinúria após 20 semanas de gestação); e hipertensão gestacional (quando a manifestação ocorreu após a 20ª semana de gestação).
O enfermeiro e gerente de Doenças Transmissíveis da SES-TO, Francisco das Chagas Teixeira, palestrou sobre o cenário da sífilis em gestante nacional e estadual, como também estratégias para enfrentamento da doença.
Dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), apresentados na palestra, apontam que foram registrados 954 casos de sífilis em gestantes no Tocantins em 2023. Já no 1º semestre de 2024, foram registrados 454 casos de sífilis em gestantes em todo o Estado.
A quantidade registrada de sífilis congênita em bebês menores de 01 ano em 2023 foi de 408 registros.
No 1º semestre de 2024 foram registrados 234 casos de sífilis congênita em bebês.
“É muito importante utilizar esse espaço de educação para profissionais que atuam no cuidado materno infantil, para falar sobre a sífilis. Principalmente porque a sífilis é um grande problema de saúde e é uma das prioridades da vigilância em saúde para que a gente consiga interromper a cadeia de transmissão. Nós já identificamos com pesquisa feita no nosso território, que um dos grandes desafios é a gente qualificar e capacitar os profissionais para fazer o manejo clínico na atenção primária. Então esse é o nosso papel como Estado, de fortalecer e qualificar essa rede. Já estamos com iniciativas e programações para 2025, para capacitar os nossos profissionais de saúde”, afirmou o gerente.
As doenças citadas pelos palestrantes são possíveis causas da prematuridade, tema abordado pelo médico ginecologista e obstetra, Fábio Roberto Moraes.
“O cuidado com a gestante é primordial para combater a prematuridade que tem entre as causas, as infecções, colo incompetente, obesidade e suas consequências, gemelaridade, entre outras. Precisamos ter uma rede assistencial que entregue o melhor bebê para o pediatra, para que ele possa, por sua vez, dar o melhor bebê para a família e isso começa a partir da saúde do feto”, afirmou.
Todos os pontos abordados pelos especialistas podem ser observados e tratados por uma rede de saúde que busca a integralidade no cuidado.
“É preciso ter um cuidado com o pré-natal, pois ele é a principal ferramenta para a prevenção da prematuridade. As equipes devem abordar todos os aspectos das gestantes nas unidades de saúde, com os devidos encaminhamentos e isso passa pela capacitação das equipes assistenciais”, pontuou o enfermeiro Willame Ribeiro.
Programação
Na quarta-feira, 13, haverá trocas de experiências; depoimentos de mães de prematuros; apresentação sobre Assistência Humanizada ao RN prematuro – Método Canguru; as palestras A Importância da Comunicação na Assistência à Amamentação e Vencendo as Principais Dificuldades da Amamentação.