A manhã desta terça-feira (5/10) começou com leves altas nas cotações de grãos na Bolsa de Chicago, refletindo fatores climáticos, tendências de demanda externa e a expectativa em torno das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
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Os contratos de soja para janeiro registraram alta de 0,65%, cotados a US$ 10,0375 por bushel, impulsionados pela forte demanda externa, especialmente dos EUA, e pela cobertura de posições de investidores atentos ao cenário político americano.
A incerteza sobre o futuro presidente dos EUA continua a atrair a atenção do mercado, pontuam analistas da Granar. Além disso, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou que a colheita de soja no país atingiu 94% da área prevista, abaixo das expectativas, mas com bom ritmo de avanço.
No Brasil, 53,3% da área já foi semeada, superando o progresso do ano passado, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Enquanto isso, a previsão de produção de soja da Argentina para a safra 2024/25 foi revisada para 52 milhões de toneladas métricas, à medida que os agricultores trocaram o milho pelo trigo. A área plantada com soja na Argentina deve crescer 7%, alcançando 44 milhões de acres, marcando o maior aumento desde a safra 2015/16, segundo a Secretaria de Agricultura, pontua a consultoria Trading Economics.
Milho
Os contratos de milho apresentaram oscilações moderadas, subindo 0,48% para US$ 4,1850 por bushel, impulsionados pela robusta demanda externa, especialmente nas exportações e no setor de etanol.
A Trading Economics destaca que a recuperação na produção de etanol, que atingiu 1,08 milhão de barris por dia, ajudou a sustentar os preços. O USDA informou que a colheita de milho nos EUA avançou para 91% da área, superando as projeções.
A consultoria também afirma que as interrupções de oferta na Ucrânia e no Oriente Médio “impactam ainda mais o mercado, com preocupações sobre as exportações da região do Mar Negro, contribuindo para as restrições globais de oferta e subsequentes aumentos de preços”.
O suporte vem de uma combinação de compras para coberturas por parte dos especuladores e da força que a demanda continua a exibir, além da chance de que as chuvas sobre o cinturão americano de soja e milho desacelerem a última etapa da colheita, avalia a Granar.
Por outro lado, as melhores condições climáticas para as lavouras na América do Sul pressionam o mercado. No Brasil, a semeadura de milho segue em bom ritmo, com 42,1% da área plantada.
Trigo
Os contratos de trigo também operaram em alta, de 0,7%, cotados a US$ 5,7275 por bushel.
A valorização é atribuída a fatores como chuvas excessivas na União Europeia e o fraco desempenho da safra de trigo de inverno nos EUA, que enfrentam o segundo pior início de plantio desde 1986. Além disso, a fraqueza do dólar frente ao euro melhora a competitividade das exportações dos Estados Unidos, em detrimento das do bloco comercial europeu, avalia a Granar.
A consultoria destaca que, apesar do avanço na semeadura de trigo nos EUA, com 87% da área plantada, a previsão de chuvas previstas para as Grandes Planícies limitam as altas, melhorando as condições das lavouras de trigo de inverno.
A Trading Economics complementa que “embora as chuvas recentes e as previsões de mais tempo úmido tenham aliviado as preocupações em algumas partes dos EUA e da Argentina, outras regiões continuam secas”.