Uma norte-americana quase morreu após contrair uma infecção bacteriana rara após usar um absorvente interno por 8 horas. Em uma manhã de setembro, Ashley DeSkeere, de 43 anos, acordou com fortes calafrios e ondas intensas de náusea, vomitando a cada meia hora.
A professora, que é moradora do Texas, nos Estados Unidos, inicialmente pensou que os sintomas fossem resultado de uma virose que tinha contraído em um casamento dias antes. No entanto, seu quadro piorou rapidamente, e ela passou a sentir dificuldade até para respirar.
Durante o atendimento médico, ao saber que ela havia usado um absorvente interno por oito horas durante o evento, os profissionais suspeitaram da síndrome do choque tóxico (SCT), uma infecção rara e potencialmente fatal.Play Video
“Eu estava apavorada. Disse ao meu marido que achava que estava morrendo. Nunca me senti tão mal”, relatou Ashley, em entrevista ao Daily Mail. “Nunca mais usarei um absorvente interno. A experiência me deixou totalmente traumatizada e, honestamente, não consigo acreditar que isso aconteceu.”
Síndrome do choque tóxico por uso prolongado de absorvente
A SCT é uma infecção rara, mas perigosa, causada por toxinas de bactérias como o Staphylococcus aureus e o estreptococo do grupo A.
O uso prolongado de absorventes internos durante a menstruação pode criar um ambiente favorável ao crescimento de bactérias, além de provocar pequenas lesões nas paredes vaginais que facilitam a entrada na corrente sanguínea.
Cerca de metade dos casos da síndrome não está relacionada ao uso de absorventes internos, mas sim a feridas na pele ou infecções. Em alguns casos, até nadar com uma ferida aberta em água contaminada pode desencadear a condição, que mata de 30% a 70% dos pacientes, segundo a Cleveland Clinic.
No hospital, os médicos suspeitaram da síndrome do choque tóxico ao descobrirem que Ashley havia acabado de terminar o ciclo menstrual.
Ela contou que usava exclusivamente absorventes internos e que o tempo máximo de uso durante o casamento foi de oito horas. “Normalmente, troco a cada quatro horas, inclusive à noite. Achei que oito horas não fossem um risco,” disse Ashley.
A norte-americana ficou internada por cinco dias em uma unidade de terapia intensiva e recebeu seis tipos de antibióticos intravenosos para combater a infecção.
“Os médicos me disseram que tive sorte em chegar ao hospital a tempo. Muitas pessoas não sobrevivem após os primeiros dois dias de SCT,” relembra. “É o tipo de coisa que achamos que nunca vai acontecer conosco e que quase não se ouve falar hoje em dia.”
Embora tenha usado absorventes internos por 25 anos, Ashley agora está optando por usar outros produtos higiênicos para evitar a SCT. “Para quem ainda prefere usar absorventes internos, meu conselho é trocá-los sempre que possível, a cada vez que for ao banheiro. E nunca use um com absorção maior que a necessária”, aconselha ela.
Após um longo e intenso tratamento com exames, culturas e antibióticos, Ashley segue se recuperando, com apoio dos amigos, que iniciaram uma campanha no GoFundMe para ajudar com os custos médicos. “Estou grata por estar aqui e em recuperação. Foi uma jornada difícil, mas estou melhorando a cada dia”.