O governo pretende lançar um plano de desenvolvimento da aviação regional ainda neste ano, contemplando a construção ou a reforma de 130 aeroportos espalhados pelo interior do país.
As obras deverão durar até cinco anos, disse o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante participação no CNN Entrevistas.
O ministério trabalha em três frentes de construção de novos aeroportos e de recuperação dos já existentes:
- Cerca de 30 aeroportos são unidades menores de blocos concedidos à iniciativa privada, que incluem terminais maiores, como Congonhas (SP) e Manaus (AM). As operadoras ficaram responsáveis por terminais menores no mesmo lote da concessão e a entrega da primeira leva de reformas está prevista para dezembro deste ano.
- 20 aeroportos foram assumidos pela Infraero. A estatal havia ficado apenas com o Santos Dumont (RJ), após diversas rodadas de concessão que privatizaram mais de 60 terminais. Mais recentemente, porém, foi absorvendo unidades antes administradas por estados e municípios – que preferiram repassar a gestão para o governo federal. A Infraero está construindo, por exemplo, o novo aeroporto internacional de Olímpia (SP).
- 80 aeroportos regionais devem ser incluídos nos contratos das atuais concessionárias dos grandes aeroportos nacionais. O “teste” será feito com a concessão do aeroporto de Guarulhos (SP), maior do país, que expira em 2032. Em troca de uma extensão do prazo, a concessionária deverá assumir novas unidades menores. A ideia do governo é replicar esse modelo para as demais operadoras aeroportuárias. O TCU precisa dar aval às repactuações entre governo e empresas.
“Nós estamos falando em torno de 130 aeroportos, juntando esses três programas. É o maior programa de aviação regional da história do Brasil. A gente está trabalhando muito para que essas entregas sejam feitas à população. Nesses próximos cinco anos, nós vamos ter, sem dúvida alguma, o fortalecimento da aviação regional”, disse.
O ministro afirma que a aviação regional não se limita ao turismo de lazer e de negócios. Ao defender o plano do governo, Costa Filho citou, por exemplo, a necessidade de um aeroporto em Barreiras para o agronegócio na Bahia e seu reflexo na economia do interior do Estado.
O impacto na saúde pública também é mencionado pelo ministro. “O Amazonas tem um déficit, por exemplo, em torno de 10 aeroportos regionais. E muitas vezes o cidadão sofre um acidente, ou ele precisa ser transportado porque sofreu um AVC ou está com um problema mais grave de um câncer, ou está com um problema, infartou com alguma dificuldade, ele precisa que uma UTI móvel chegue lá para buscá-lo, resgatá-lo. E, às vezes, não tem aeroporto”, afirma.