Nesta quinta-feira, 10, quatro pesquisas que integram o estudo “Percepção Ambiental e Cultural de Moradores e Visitantes na APA Serra do Lajeado” foram apresentadas no XV Seminário de Pesquisa e XVI Encontro de Iniciação Científica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O evento, realizado entre 8 e 10 de outubro, em Brasília (DF), teve como tema central os biomas brasileiros e os desafios de conservação em face das mudanças climáticas.
O seminário reuniu pesquisadores, estudantes e profissionais de diversas áreas que discutiram estratégias para a conservação da biodiversidade no Brasil. A pesquisa sobre a APA Serra do Lajeado, coordenada pelas professoras Dra. Suyene Monteiro da Rocha e Dra. Mariela Cristina de Oliveira Ayres, destacou a importância de compreender a percepção ambiental e cultural de moradores e visitantes da região.
Financiada pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) por meio de edital de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT) e Naturatins, a pesquisa teve como objetivo ampliar o conhecimento sobre o manejo, a proteção da biodiversidade e do patrimônio cultural da Área de Proteção Ambiental (APA) Serra do Lajeado. O projeto faz parte de uma iniciativa que destinou R$ 1,3 milhão em recursos provenientes de compensações ambientais para apoiar Unidades de Conservação estaduais geridas pelo Instituto.
Entre os trabalhos apresentados, destacou-se o estudo da professora Dra. Suyene Monteiro da Rocha, que analisou a percepção da população local e dos visitantes sobre o patrimônio ambiental e cultural da APA Serra do Lajeado. Outro destaque foi a pesquisa de Artur Souza, intitulada “APA Serra do Lajeado: uma análise a partir da ocupação de Palmas”, que explora a relação histórica entre a criação da capital tocantinense e a ocupação da área protegida.
Gabriela Schimitt apresentou uma análise focada na conservação e gestão de Unidades de Conservação, com um olhar específico sobre o cerrado tocantinense, abordando os desafios de preservação deste bioma. Já Pedro Henrique Mangabeira explorou a criação e preservação ambiental sob a ótica da Constituição de 1988, utilizando a APA Serra do Lajeado como estudo de caso para discutir a proteção do cerrado no Tocantins.
O projeto, que busca fortalecer o entendimento sobre as relações socioambientais na APA Serra do Lajeado, reflete um esforço integrado de pesquisa, essencial para o monitoramento e manejo sustentável das áreas protegidas. A partir destas investigações, a equipe de pesquisa estima contribuir com uma gestão mais eficaz e participativa das Unidades de Conservação, que considere as percepções e experiências das comunidades locais e dos visitantes.
“Estudos iniciais evidenciam que a percepção ambiental e cultural se torna elemento chave para compreender a relação de moradores de entorno de áreas preservadas com as próprias UCs, bem como de visitantes. Até o momento, foram respondidos 122 questionários no município de Palmas, dos quais 87 foram preenchidos por moradores e 35 por visitantes. Observou-se que 48,8% do total não sabem dizer se existe uma Unidade de Conservação na Serra do Lajeado”, exemplificou Suyene Monteiro.
Sobre a APA Serra do Lajeado
A Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado possui inúmeras belezas naturais, dentre elas serras com inúmeros sítios arqueológicos, cursos d’agua com belíssimas cachoeiras, vegetação exuberante e fauna riquíssima. É uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável criada com a finalidade de garantir a conservação da fauna, da flora e do solo, proteger a qualidade das águas e as vazões mananciais da região; assegurar condições de sobrevivência necessárias para as populações humanas das regiões circunvizinhas.
Sua área abrange a capital, Palmas, e os municípios de Lajeado, Tocantínia e Aparecida do Rio Negro.