O estado de São Paulo irá decretar emergência por causa dengue. A decisão foi tomada pela Secretaria Estadual da Saúde após recomendação dos integrantes do Centro de Operações de Emergências (COE).
O COE é composto por outras sete secretarias estaduais, com a participação do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e do Exército Brasileiro.
Em uma coletiva de imprensa concedida na manhã desta terça-feira (5) pela secretária-executiva da Saúde de São Paulo, Priscilla Perdicaris, a medida foi explicada devido ao aumento de casos da doença.
Segundo ela, o estado de São Paulo atingiu uma incidência de 311 casos confirmados de dengue para cada 100 mil habitantes. Este patamar é caracterizado como emergência sanitária pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
De acordo com o painel de dados sobre a doença da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, o estado acumulava mais de 138 mil casos confirmados e 31 óbitos pela doença até esta segunda-feira (4).
Desde o começo do ano, outras 122 mortes estão em investigação e 169 casos de dengue considerados graves. Apenas no último mês, foram mais de 74 mil casos confirmados e seis óbitos.
Epidemia no país
O Brasil já ultrapassa 1 milhão e 212 mil casos prováveis de dengue — 278 pessoas já morreram pela doença e outros 744 óbitos estão sob investigação, segundo o Ministério da Saúde. São Paulo está em oitava posição entre as unidades da federação com maior incidência da doença, com quase 490 casos prováveis para cada 100 mil habitantes.
A unidade da federação com maior incidência, segundo a pasta, é o Distrito Federal, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Acre e Rio de Janeiro.
Entre 25 de fevereiro a 02 de março, o país sofreu um aumento de cerca de 34% nos casos da doença, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já entre os casos acumulados até este momento, o aumento é de aproximadamente 364%, ou seja, neste ano o número de casos mais de quadruplicou, em comparação com 2023.
Baixo índice de vacinação
Desde fevereiro, a vacina Qdenga, da farmacêutica Takeda, está sendo aplicada pelo Sistema único de Saúde (SUS), na população de regiões endêmicas, em 521 municípios. Apesar da epidemia, a taxa de cobertura vacinal para a doença está em 14,75% no país.
Até este sábado (02), 1.235.236 doses haviam sido distribuídas e, dessas, 182.204 foram aplicadas no público-alvo, segundo o Ministério da Saúde.
A diretriz do Programa Nacional de Imunizações (PNI), definida pelo órgão federal, orienta que a vacinação seja iniciada em crianças com idades entre 10 e 11 anos, parte da faixa etária mais afetada pela doença. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
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