Ao andar nas ruas de São Paulo, a campanha de Guilherme Boulos (PSOL) tem tentado traçar o perfil dos eleitores mais cobiçados de seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Números internos da campanha de Boulos mostram que Nunes tem 15% dos eleitores que preferiram Lula em 2022.
O remédio para tentar atrair esse eleitor será garantir não só aparições em conjunto de Boulos e Lula na TV, mas também o compromisso do presidente em ajudar na gestão do psolista, caso ele ganhe as eleições, de acordo com o entorno da campanha.
Duas caminhadas com Lula, Boulos e a candidata a vice, Marta Suplicy (PT), foram agendadas para o dia 29 de setembro, um domingo.
Eles estarão juntos nos extremos das zonas leste e sul. Os bairros escolhidos foram São Mateus e Grajaú.
Lula e Boulos voltarão a se encontrar na véspera da eleição, em 5 de outubro, um sábado. Juntos, devem fazer uma caminhada, provavelmente na Avenida Paulista, segundo interlocutores da campanha.
O mote final da campanha de Boulos será tentar provar que a gestão de Nunes não é boa, mas que ele propõe uma espécie de mudança segura.
Aliados de Boulos comparam a gestão de Nunes a um prato de feijão com arroz, que não tem muita graça.
Eles apontam que o prefeito tem boa avaliação por programas como a tarifa zero no domingo, a faixa azul para prevenir acidentes de moto, as obras e as creches sem fila. Mas sugerem que é possível pregar uma imagem de avanço.
O problema, no entanto, é que o voto em Ricardo Nunes é visto pela campanha de Boulos como um voto silencioso e sem paixão, de um prefeito longe de altos índices de aprovação.