Carolina-MA começo da década de 70 mês de julho…
Período em que a cidade era, como é ainda hoje, bastante visitada por filhos ilustres que moravam por todo o Brasil.
Sol causticante, vento geral, praias maravilhosas, cachoeiras e banhos fenomenais , além de inúmeras atrações gastronômicas e pontos agradáveis de encontros que variavam de barzinhos mais estruturados até os botecos ou quitandas ao redor do Mercado Municipal onde as doses de pingas eram servidas em um pequeno copo dosador seguidas de cusparadas na parte externa do ambiente.
As famílias carolinenses tinham o hábito de convidarem amigos das cidades em que moravam para conhecerem as belezas do Sertão Maranhense, daí cariocas, paulistas, mineiros, paraenses, goianos, ludovicences, enfim, gente de todo Brasil era acolhida por seu povo simpático e hospitaleiro.
Naquela época as pessoas se hospedavam nas casas de parentes e ficavam o mês inteiro com as famílias.
FOI NUMA DESSAS FÈRIAS…
Que um conceituado médico do Rio de Janeiro veio conhecer a Princesinha do Sertão.
Ficou encantado com tudo o que viu!
Pescarias, banhos, bebidas, comidas típicas e tudo mais; como bom carioca, não demorou a fazer muitas amizades, entre as quais gente importante que gostava de se reunir todos os dias no Mini Bar Pinto ao cair da tarde para tomar uma estupidamente gelada ou a caipirinha deliciosa que só existia ali.
POIS BEM…
Ao final das férias os novos amigos de bar fizeram uma festa de despedida para o doutor que em lágrimas partiu prometendo voltar um dia.
Vejam como são as coincidências da vida!
Passados vários anos um dos integrantes dessa roda de amigos em Carolina resolveu ir ao Rio de Janeiro fazer um tratamento levado por parentes.
Chegando lá com a consulta já marcada vestiu calça e camisa social; o sapato brilhando tinha recebido cuidados especiais de um engraxate que durantes décadas teve uma “cadeira” na sede da Prefeitura de Carolina. Impecavelmente bem trajado dirigiu-se à Clínica!
CHEGANDO LÁ…
Ao adentrar ao consultório o médico ao bater os olhos no seu paciente o reconheceu imediatamente… era um de seus amigos de pinga de Carolina há muitos anos.
Nosso personagem carolinense passou batido… pensava ele que estava diante de uma pessoa que nunca tinha visto na vida.
POIS BEM…
O médico começou a consulta fazendo as perguntas naturais, mas, já preparando uma para o seu velho amigo das férias de julho no Maranhão.
Os dois muitos sérios diante do outro; um perguntava e o outro prontamente respondia.
Lá pelas tantas o doutor pensou, é agora e indagou:
- O senhor bebe uma?
- Muito raro, uma na vida e outra morte às vezes em um aniversário, casamento ou festa familiar, nada mais que isso, respondeu.
O médico deu uma sonora e longa gargalhada deixando o homem constrangido sem saber o que estava acontecendo até ouvir:
- Seu C… de cachaça não está me reconhecendo? Além de cachaceiro virou mentiroso?
DITO ISSO…
O médico identificou-se contando sua passagem em Carolina… se abraçaram e a consulta foi encerrada em um quiosque de Copacabana com muitas geladas sobre a mesa.
LEAL JUNIOR competência comprovada em fazer jornalismo sério, imparcial e com responsabilidade!