O homem acusado pelo homicídio de dois jovens, que foram encontrados amordaçados e amarrados dentro de casa, deve ir a júri popular. Segundo o Tribunal de Justiça, durante as investigações ele teria alterado as tatuagens para tentar despistar os policiais. O crime aconteceu no dia 15 de setembro de 2023 no setor Fronteira, em Gurupi.
Conforme a Justiça, o tatuador que alterou as tatuagens testemunhou no processo original. O nome do acusado não foi divulgado, por isso o g1 não conseguiu contato com a defesa.
As vítimas eram Eduardo Correia Lima, de 19 anos e Marcelo Santos Silva, de 16. Os dois haviam escapados do Centro de Internação Provisória de Gurupi dias antes do assassinato.
Segundo o TJ, o juiz havia decido que o homem fosse à júri popular anteriormente, mas no decorrer do processo o acusado entrou com recurso para que o caso não fosse julgado pelo júri, por ausência de provas. A defesa dele ainda pediu a exclusão das qualificatórias como motivo torpe e meio cruel.
A relatora que julgou o recurso, desembargadora Angela Issa Haonat, disse que o interrogatório do acusado e vídeos coletados na investigação apontam que há “indícios suficientes de autoria, na medida em que demonstram a semelhança das tatuagens/sinais, nos mesmos locais, do suposto autor e do recorrente”.
Dessa forma, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins manteve a sentença que deve levar o acusado a júri popular, além das qualificatórias. Ele ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Relembre o caso
Dois adolescentes foram encontrados mortos, amordaçados e amarrados. De acordo com informações da Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju), os dois adolescentes haviam fugido do Centro de Internação Provisória de Gurupi, no dia 13 de setembro de 2023.
Na denúncia entregue à Justiça, diz que o acusado e um parceiro mantiveram os dois jovens sob vigilância para obter confissão de que integravam uma facção rival.
Eles foram torturados, tiveram os pés e mãos amarrados e a boca amordaçada. Um deles teve o pedaço da orelha cortada até que confessaram ser integrantes de organização criminosa, quando foram mortos com golpes de faca.
O parceiro do acusado foi retirado do processo após o juiz, Jossanner Nery Nogueira Luna, considerar que não havia provas que apontavam que ele estava envolvido nas mortes. Decisão foi em abril deste ano.