A Polícia Federal intimou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a prestar depoimento na quarta-feira (17) na sede da superintendência da PF no Rio de Janeiro. Ramagem será ouvido no inquérito que apura um suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dos Três Poderes.
Essa será a primeira vez que o ex-diretor da Abin falará sobre o caso em que é investigado.
Ontem, a PF fez a quarta fase da operação Última Milha e prendeu cinco pessoas ligadas a Ramagem, a exemplo de um militar do Exército, um agente da PF cedido à Abin, um ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência, um empresário e um influenciador digital.
A data deste depoimento, no entanto, ainda não foi definida pela PF, dizem os investigadores ouvidos pela CNN. Para a PF, a Abin na gestão Ramagem foi usada para espionar desafetos do governo de Jair Bolsonaro e tinha ligação com o chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura montada para disseminação de desinformação contra os alvos monitorados pela “Abin paralela”.
A investigação aponta também que o esquema de arapongagem ilegal serviu para espionar auditores da Receita Federal que apuravam possível “rachadinha” praticada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Ainda de acordo com a investigação, um assessor de Ramagem mandou “sentar o pau” no ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
Em janeiro, Ramagem chegou a anunciar que foi convocado para depor no dia 27 de fevereiro na Polícia Federal sobre o caso Abin. Contudo, posteriormente, se descobriu que o interrogatório era sobre uma investigação relacionada a declarações que o deputado fez sobre o então ministro da Justiça, Flávio Dino. De acordo com o parlamentar, as falas que motivaram a convocação teriam sido proferidas durante a CPI do 8 de janeiro.
Nesta sexta-feira (12), Ramagem usou as redes sociais e negou qualquer tipo de irregularidade ou suposta espionagem ilegal na Abin durante seu período.
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