O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta sexta-feira (12), que houve “uso clandestino e marginal de informações da Abin para perseguir pessoas”, conforme investigação da Polícia Federal.
Para Pacheco, houve “sofisticação da capacidade de se contaminar uma instituição”. “Se no passado já se falou de pessoas alopradas, considero que são mais traidores da pátria do que aloprados”, afirmou.
Questionado sobre se o Congresso poderia ter sido mais atuante para fiscalizar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), por meio da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), Pacheco refutou essa possibilidade.
“A CCAI tem uma função de estabelecer diretrizes, busca de informações, mas não imagino o que a CCAI, no pleno exercício de suas funções, poderia fazer para evitar algo desse tipo”, afirmou.
De acordo com a Polícia Federal, a Abin no governo Jair Bolsonaro (PL) monitorou ilegalmente ao menos quatro ministros do Supremo Tribunal Federal, quatro deputados federais, quatro senadores, um ex-governador, dois servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), três auditores da Receita Federal e quatro jornalistas.
A lista foi descoberta pelos investigadores da Operação Última Milha da Polícia Federal, que teve sua quarta fase deflagrada na quinta-feira (11).
Foram presos integrantes do chamado “gabinete do ódio” e quatro auxiliares do ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL e pré-candidato a Prefeito no Rio de Janeiro.
Segundo a PF, algumas das apurações tentavam confirmar fake news que circulavam em grupos bolsonaristas.
Comentários sobre este post