Depois de um 2025 promissor, o Grupo VPJ pretende colocar o pé no novo ano com fortes perspectivas de crescimento. O Frigorífico Jundiaí, unidade do grupo localizada em São Paulo, acaba de receber certificação halal para a área de ovinos e seu centro de armazenamento, o que permite acessar o mercado muçulmano com a carne de cordeiro.
A certificação halal garante que o abate do animal seja realizado dentro dos preceitos islâmicos, além de englobar critérios mais rigorosos de qualidade do produto e bem-estar animal.
“O certificado halal abre uma enorme possibilidade de comércio com a comunidade muçulmana do Brasil e principalmente as exportações para várias regiões do mundo árabe”, afirma o CEO do Grupo VPJ, Valdomiro Poliselli Júnior.
Segundo o executivo, o mercado global de carne de ovinos e caprinos, com selo halal, é parte central da dieta em muitas culturas muçulmanas, especialmente no Oriente Médio, norte da África e partes da Ásia. Com base em dados globais, estima-se que esse mercado já movimente em torno de US$ 1,4 trilhão, podendo atingir até US$ 2,5 trilhões até 2030.
Além da possibilidade de avanço nas exportações, Poliselli Júnior acredita que 2026 será um ano muito positivo para companhia, também em função da perspectiva de aumento de preços para a carne bovina, que, por consequência, impulsiona a precificação das demais proteínas e torna o produto ovino mais competitivo.
Sem revelar valores, o executivo estima que o faturamento de 2025 deve fechar com crescimento de cerca de 23%. Para o ano que vem, a expectativa é avançar 40%.
“O crescimento de abates do VPJ teve grande desempenho (em 2025) com a chegada de cordeiros vindo dos programas de integração e parcerias da empresa com pool de criadores de Minas Gerais e alguns Estados do nordeste, a maioria com utilização de genética de reprodutores VPJ”, explica o CEO.
Padrão de produção
Os parceiros são orientados a produzir cordeiros desmamados aos 90 dias de idade e terminados em confinamento por mais dois meses. Dessa forma, o grupo avança na introdução dessas raças sul-africanas no Brasil, a Dorper e White Dorper, e responde pelo abate de 12 mil cabeças por ano, controlando todos os processos.
A estratégia de ampliar os abates veio para atender a demanda do Frigorífico Jundiaí, que já se mostrava crescente antes da certificação halal. A unidade possui capacidade de abate de 60 animais por dia, sendo 1.200 animais abatidos por mês.
Estes programas de parcerias com criadores vêm culminando para uma maior produção e abates de cordeiros cruza das raças Dorper ou White Dorper considerados “superprecoces” e pesados, abatidos antes dos seis meses de idade, o que, segundo o executivo, torna a carne de cordeiro da VPJ reconhecida pela qualidade.
“Pretendemos turbinar as exportações, a partir de janeiro de 2026, e também (as vendas) no mercado interno através das redes de supermercados onde estamos atuando fortemente com hambúrgueres e linguiças especiais de cordeiro, com forte ação também no food service”, conta.
Paralela à atuação de produção, foi criado em 2025 um departamento para distribuição, focado na venda de cortes bovinos, suínos e ovinos para todos os Estados brasileiros – o que também tende a contribuir para a expansão do grupo em 2026.






