Quem vê Aurora Pereira de Oliveira brincando em sua bicicleta cor-de-rosa não imagina os desafios que a menina, de apenas sete anos, precisou superar para recuperar os movimentos. Ela foi baleada na cabeça no dia 6 de janeiro de 2025, enquanto estava na porta de uma casa no Setor Água Fria, região norte de Palmas.
Josilane Ramos de Oliveira, mãe de Aurora, conta que a recuperação da filha surpreendeu até mesmo a equipe médica. A criança passou por três cirurgias e deve fazer outro procedimento para reconstruir a estrutura craniana.
“A Aurora é um grande milagre nas nossas vidas. Posso dizer que a recuperação dela já está 100%, apesar de ainda ter que passar por uma cirurgia com sete anos de idade. O que aconteceu com ela foi muito grave. Os médicos falavam pra mim que não sabiam se ela iria resistir”, contou.
Na época do crime, a Polícia Militar (PM) foi informada que dois homens passaram em frente à casa onde estava Aurora e atiraram. Ela foi levada para o Hospital Geral de Palmas em estado grave. Investigações da Polícia Civil apontaram que o alvo dos disparos era o irmão mais velho da menina.
Em agosto, a polícia prendeu quatro suspeitos de articular o crime e atirar contra a criança. Os suspeitos são um homem de 34 anos, sua companheira de 32 anos, outro homem de 41 e um jovem de 25 anos, todos investigados por homicídio qualificado tentado e associação criminosa.
A criança segue com acompanhamento médico e ainda não consegue estudar, por orientação de especialistas. Aurora também enfrenta outras restrições no dia a dia. Mas para a mãe, a fase mais difícil já é passado.
“Vi ela naquela cama, intubada, cheia de aparelhos, e pensava ‘meu Deus, será que minha filha ainda vai andar, se ela sobreviver? Será que vai falar?’ Porque [a bala atingiu] o lado da coordenação motora. Então, é um grande milagre mesmo ela conseguir andar”, afirmou.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, o homem de 34 anos e a mulher de 32 foram os idealizadores do crime. Ele atirou e ela ajudou na fuga, dando cobertura em um carro. A polícia informou que, no veículo, a mulher estava com seus dois filhos menores de idade para não gerar suspeitas em caso de abordagem policial.
O homem de 41 anos foi apontado como o fornecedor da arma utilizada no crime, e o suspeito de 25 anos seria o condutor da motocicleta no momento dos disparos.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, o inquérito foi concluído com o indiciamento de todos os suspeitos. A denúncia foi aceita pela Justiça e os investigados seguem presos preventivamente.






